Andoni Zubizarreta, de 62 anos, está inativo desde que trabalhou como diretor desportivo do Marselha, entre 2016 e 2020.
O ex-futebolista internacional espanhol Andoni Zubizarreta obedece ao perfil de diretor desportivo desejado por André Villas-Boas, revelou hoje o candidato à presidência do FC Porto nas eleições dos órgãos sociais, em 27 de abril.
“O meu FC Porto do futuro assentará numa direção desportiva estruturada, que vai ser o coração da sustentabilidade financeira do nosso clube. A formação, a performance ou a prospeção terão novos papéis a jogar aqui. Tudo isto obedece a uma direção desportiva estruturada, na qual vou dar confiança a pessoas com as quais trabalhei. Zubizarreta? É muito possível que isso aconteça. Vai ser um anúncio para [fazer] esta quinta-feira e eu acho que será do agrado dos sócios”, observou, em entrevista à estação televisiva RTP.
André Villas-Boas e Andoni Zubizarreta trabalharam juntos de 2019 a 2020, aquando da passagem do antigo treinador do FC Porto pelos franceses do Marselha, último dos sete emblemas por si orientados durante pouco mais de uma década como técnico principal.
“Tive uma relação de muita empatia profissional e pessoal com o Zubizarreta e já tenho planos muito bem definidos quanto à direção desportiva”, frisou, rejeitando “em absoluto” que tenha abordado outros técnicos para uma eventual sucessão de Sérgio Conceição.
Andoni Zubizarreta, de 62 anos, está inativo desde que trabalhou como diretor desportivo do Marselha, entre 2016 e 2020, replicando as funções exercidas durante as passagens prévias pelos espanhóis do Athletic Bilbau (2001-2004) e do FC Barcelona (2010-2015).
Seguro de que “há possibilidades de ter sucesso, de criar equipas competitivas e de ser muito mais rigoroso e criterioso na escolha de jogadores para a equipa principal”, André Villas-Boas negou qualquer influência na sua candidatura de Antero Henrique, ex-diretor geral para o futebol, vice-presidente e administrador da FC Porto SAD, de 1990 a 2016.
“É uma pessoa amiga, com a qual me relaciono e falo de temas relacionados com esta candidatura, mas não tem impacto absolutamente nenhum sobre as decisões futuras e estruturantes do FC Porto. Na minha ótica, foi um dos melhores profissionais com quem trabalhei e este sentimento é partilhado em geral no futebol europeu. É uma pessoa com grande conhecimento e profissionalismo e com uma visão estratégica acerca do futebol europeu difícil de encontrar, mas não terá nenhum papel no FC Porto do futuro”, vincou.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, encabeçadas pelo atual presidente “azul e branco”, Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B) e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
“Pinto da Costa nunca pensou que esta candidatura se tornasse tão forte e gerasse tanta onda de entusiasmo. A realidade é essa e confrontou-o com uma situação que ele nunca tinha tido nestes últimos 42 anos. Os sócios fartaram-se, querem mudança e exigem um clube sustentável, lançado para a modernidade e que satisfaça os seus desejos”, referiu.
O ato eleitoral decorrerá em 27 de abril, entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato consecutivo, que lhe atribui o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.
“Não temo [que haja sócios a votar em Pinto da Costa por gratidão]. A nossa candidatura tornou-se muito forte nesta caminhada e, muito provavelmente, vão ser as eleições mais votadas da história do clube. Não é só um sinal de vitalidade, mas também de que tudo o que for ditado será uma vontade quase unânime dos sócios. É importante e saudável que haja transparência, que se toquem nas emoções, mas também nas razões, e que o eleito lute pelo bem comum do clube e seja presidente de todos os sócios”, apelou Villas-Boas.