Violência doméstica: Câmara do Porto e mais 20 entidades querem reforçar cooperação

Na assinatura do protocolo, que decorreu na quarta-feira na Câmara do Porto, o presidente Rui Moreira defendeu que “este não pode continuar a ser um crime escondido”.

Julho 11, 2024

Vinte e uma entidades assinaram um protocolo para a criação de uma rede de referência e intervenção na violência doméstica com o intuito de reforçar a cooperação e garantir respostas mais eficazes no Porto, avançou hoje a autarquia.

Além do município do Porto, o protocolo foi assinado por 20 entidades das áreas da justiça, saúde, emprego, proteção social, forças de segurança e organizações não-governamentais (ONG).

Esta rede surge no âmbito do grupo da violência de género e doméstica da rede social com o intuito de “garantir uma melhor capacitação na intervenção das entidades que atuam no concelho, visando respostas mais eficazes e eficientes”, avança a autarquia em comunicado.

Na assinatura do protocolo, que decorreu na quarta-feira na Câmara do Porto, o presidente Rui Moreira defendeu que “este não pode continuar a ser um crime escondido”.

“Sabemos que alguns instrumentos, por exemplo as redes sociais na Internet, fomentam este tipo de comportamentos”, referiu, acrescentando que o município está empenhado em fazer a diferença no âmbito desta rede.

Rui Moreira considerou, no entanto, que “este não pode ser o esforço de um município isolado”, instando os municípios vizinhos do Porto a avançarem com uma rede semelhante.

“Se conseguimos construir aqui uma rede, é absolutamente fundamental, uma exigência, que outros municípios façam a mesma coisa. Infelizmente, o que vemos é que isso não é prioridade de outros municípios, nem da Área Metropolitana do Porto (AMP)”, observou.

Também no evento, o vereador da Coesão Social da Câmara do Porto, Fernando Paulo, destacou a necessidade de unir forças “para combater e erradicar qualquer forma de violência”.

“É preciso garantir a segurança, dignidade de todas as pessoas, independentemente do seu género, idade e condição social”, defendeu.

Para o vereador, esta nova rede “será o caminho para chegar a formas de cooperação mais eficazes para responder às múltiplas questões e desafios da violência de género e doméstica”.

Já o vice-presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Manuel Albano, destacou que a nova rede pretende “empoderar, capacitar as vítimas, evitar a dupla e tripla vitimização”.

“Não somos nós os especialistas na área da violência, são elas [as vítimas]”, acrescentou.

Em 2023 foram registadas mais de 30 mil denúncias de violência doméstica, sendo as vítimas maioritariamente mulheres. O relatório sobre os homicídios em ambiente de violência doméstica referente aos casos ocorridos em 2023 indica que 22 pessoas foram assassinadas, das quais 17 eram mulheres, três homens e duas meninas.

Partilhar

Pub

Outras notícias