Luís Pedro Martins, que felicita a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa, lembra que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, é dos mais premiados no seu segmento, conquistando num universo de 15 milhões de passageiros, o primeiro lugar.
O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal considerou hoje ser um “desperdício de dinheiro” reforçar o aeroporto da Portela, em Lisboa, e defendeu que o investimento deve ser canalizado para o Francisco Sá Carneiro, no Porto.
“Se vamos agora apostar em investimentos na Portela, sabendo que daqui a 10 anos teremos a poucos quilómetros uma outra infraestrutura, acho que é desaproveitar um aeroporto que hoje existe em Portugal (…) que pode ainda continuar a crescer e (…) ajudar, enquanto é construído o aeroporto de Alcochete”, defendeu, em declarações à Lusa, Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).
No final deste período, o país “teria não só um excelente aeroporto em Alcochete, mas também um excelente aeroporto a Norte”, acrescentou o dirigente, sublinhando que o contrário “é desperdício de dinheiro”.
Luís Pedro Martins, que felicita a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa, lembra que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, é dos mais premiados no seu segmento, conquistando num universo de 15 milhões de passageiros, o primeiro lugar.
Na terça-feira, o Governo anunciou a decisão de construir o novo Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, mantendo temporariamente o Aeroporto Humberto Delgado e aumentado a sua capacidade até que a nova infraestrutura esteja operacional.
O responsável pelo turismo da região defendeu ainda que este é o momento de aproveitar “a oportunidade para não continuar a lamentar” a desertificação que atinge muitas regiões do país e de que é exemplo o Norte, nomeadamente os territórios do interior, e lançar as bases de um projeto capaz de transformar uma realidade de décadas que acontece em muitas das regiões do país, nomeadamente no Norte e interior Norte”.
“Pertenço a uma geração que cresceu a ouvir falar de estudos, atrás de estudos, atrás de estudos que indicavam que país estava a desertificar, mas nunca tivemos nenhum grande projeto que conseguisse mudar este paradigma. Ora nós temos agora aqui um grande projeto que pode ajudar a mudar: a ligação de alta velocidade Porto-Madrid, atravessando o Nordeste Transmontano”, declarou.
Para o presidente do TPNP, não avançar com este investimento “é assumir, de uma vez por todas, que há um território onde não queremos pessoas”.
“Se queremos continuar a acreditar que ainda é possível desenvolver essas partes do território, então temos de as dotar de infraestruturas que possam possibilitar que assim aconteça. Ligar a Madrid, a 02:45 do Porto, passando por esses territórios, poderia fazer a diferença”, reiterou.
A Associação Vale d”Ouro, sediada no Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, participou na consulta pública para o Plano Ferroviário Nacional submetendo um estudo para uma nova linha de alta velocidade entre Porto–Vila Real–Bragança-Zamora uma proposta que prevê a ligação à linha de alta velocidade Madrid-Galiza a cerca de 40 quilómetros da fronteira.
No entanto, em dezembro, ficou a saber-se que esta linha transmontana não foi incluída na rede transeuropeia de transportes (TEN-T).
Na semana passada, a associação anunciou ter pedido esclarecimentos ao novo Governo sobre a linha ferroviária de alta velocidade de Trás-os-Montes, depois de, numa resposta a questões levantadas pela Vale d”Ouro, a União Europeia ter classificado este projeto como sendo de “interesse comum” para Portugal e Espanha.
Na terça-feira, o Governo comprometeu-se a concluir os estudos linha ferroviária de alta velocidade Lisboa-Madrid, para que os trabalhos do lado português estejam concluídos ao mesmo tempo que Espanha, que aponta para 2034.
À data, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, considerou legítimo que os territórios fora das áreas metropolitanas exijam, de alguma forma, mecanismos que garantam que o nível de investimento público é mais ou menos coincidente em todo o país”, mas sublinhou que tal “não quer dizer que se vão fazer aeroportos ou linhas de comboio pelo interior adentro ou em todo o lado”.
“Quer dizer que tem que haver uma racionalidade de investimentos que garanta que os territórios tenham todos a mesma oportunidade de se desenvolver. No caso concreto de Trás-os-Montes esses investimentos são muito claros, é a linha de Trás-os-Montes com ligação em Zamora e é a linha do Douro, num plano mais local, e a sua reabertura a Salamanca”, defendeu ainda.