Teatro São João encerra entre maio e setembro de 2025 para obras

O Mosteiro de São Bento da Vitória vai estar encerrado “entre fevereiro a dezembro de 2025”.

Setembro 11, 2024

O Teatro Nacional São João no Porto vai encerrar para obras entre maio e final de setembro de 2025, e o Mosteiro de São Bento da Vitória praticamente todo o ano de 2025, comunicou hoje fonte oficial.

“O Mosteiro [de São Bento da Vitória] vai estar encerrado praticamente todo o ano de 2025. Sensivelmente de fevereiro a dezembro de 2025 e o Teatro de São João vai estar encerrado durante o período relativamente curto — vai ser necessário alguma engenharia logística para que algumas intervenções decorram com a atividade pública a funcionar, mas o TNSJ vai estar encerrado ao público entre maio e o final de setembro”, declarou o presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional de São João (TNSJ), Pedro Sobrado.

Em conferência de imprensa para apresentar a programação da nova temporada do São João para setembro-dezembro de 2024, Pedro Sobrado recordou que o São João viu aprovados em 2023 “três projetos de melhoria de eficiência energética para três dos seus edifícios — Teatro São João, Mosteiro de São Bento da Vitória e um outro imóvel na Rua das Portas do Sol, de guarda-roupa e figurinos.

“Este investimento envolve quase quatro milhões de euros — 3,5 milhões dos quais financiado pelo fundo ambiental do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]. A execução destes projetos vai implicar o encerramento de dois dos equipamentos”, alertou aquele responsável.

O Mosteiro de São Bento da Vitória vai estar encerrado “entre fevereiro a dezembro de 2025”.

“O TNSJ vai estar encerrado ao público entre maio e o final de setembro. […] A “rentrée” de 2025 ocorrerá um pouco mais tarde do que é normal: em outubro. As intervenções terão um dupla virtude: ao mesmo tempo promovem uma valorização patrimonial dos nossos edifícios (…), mas também a melhoria da eficiência energética, a redução muito significativa dos consumos energéticos destes sorvedouros de dinheiro que são estes equipamentos, assegurando a diminuição do lançamento das emissões de Dióxido de Carbono [CO2]” explicou.

Durante a conferência de imprensa, Pedro Sobrado disse que foi criado um grupo de trabalho para pensar a vida e a missão do TNSJ, assim como a sua estratégia para o futuro, tendo convidado pessoas que sabem o “São João de cor, isto é, que o conhecem de coração, que connosco trabalharam, que connosco colaboraram, que nos frequentam, que nos demandam”.

“As pessoas envolvidas neste grupo de trabalho são [os académicos, professores, investigadores, editores, programadores, gestores, escritores] Alexandra Moreira da Silva, António Feijó, Constança Carvalho Homem, Eduardo Paz Barroso, Fátima Vieira, João Barreto Guimarães, Madalena Alfaia, Manuel Ferreira da Silva, Maria Sequeira Mendes, Pedro Mexia, Rui Lage, Salvador Santos. Deliberamos neste grupo de reflexão [com] duas jovens estudantes, artistas, investigadoras, espectadoras para nos perturbar, ou para perturbar a nossa sensatez ou então para nos surpreenderem com a sua própria sensatez, a Diana Neves e a Nádia Gonçalves”.

O espetro da discussão do grupo criado é alargado e vai desde a “noção oitocentista”, às “mudanças socioeconómicas muito aceleradas” que o país e a região estão a conhecer nos últimos anos. As primeira conclusões, ainda precárias, fazem apelo a mais discussão, concretizou Pedro Sobrado.

“Este grupo de trabalho foi constituído não porque as coisas tenham corrido mal, mas precisamente porque correram bem e porque importa que corram ainda melhor. É preciso reconhecer que não houve área ou dimensão deste teatro nacional que não tivesse permanecido intocada nestes últimos anos”, recorda aquele responsável.

O interior do São João foi reabilitado e o seu parque técnico foi “largamente modernizado no quadro das celebrações do centenário do São João”, assinalado em 2018.

“A vocação do São João enquanto produtor, entenda-se enquanto autor, foi restabelecido, o volume de contratação de atores duplicou ou quase duplicou em cinco anos, os programas editorial e educativo, enquanto braços do projeto artístico, conheceram um novo fôlego, o desígnio internacional foi reativado e em alguns projetos essa reativação excedeu a mera lógica do “road-show”. Foram captados apoios mecenáticos e foram captados fundos comunitários, um abrangente e expressivo programa de valorizações remuneratórias foi também aplicada muito recentemente”, concluiu.

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