Fonte da autarquia adiantou à Lusa que as contas do último ano da STCP ainda não estão concluídas, mas que os números provisórios apontam para 73,2 milhões de passageiros transportados.
A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) transportou 73,2 milhões de passageiros em 2023, mais 7,5% do que em 2022, disse o presidente da autarquia.
“Os números apontam que tivemos em 2023, relativamente a 2022, um crescimento de 7,5% de passageiros, ainda assim estamos com 96,3% dos passageiros de 2019”, afirmou Rui Moreira, durante a Assembleia Municipal do Porto que, na segunda-feira à noite, teve como único ponto de discussão a mobilidade na cidade.
Fonte da autarquia adiantou à Lusa que as contas do último ano da STCP ainda não estão concluídas, mas que os números provisórios apontam para 73,2 milhões de passageiros transportados.
Em resposta a críticas apontadas pela CDU à “estagnação da atividade” da operadora, em termos de viaturas, linhas, paragens e passageiros, Rui Moreira referiu que o número de passageiros transportados ainda não atingiu os valores de 2019, antes da pandemia da covid-19, porque a procura diminuiu no centro da cidade devido às obras do metro.
“Temos um problema porque nesta zona do centro há uma redução”, afirmou, dizendo acreditar que, concluídas as obras da Metro do Porto, a “STCP vai regressar aos números anteriores”.
O presidente da Câmara do Porto adiantou ainda que as compensações por obrigações de serviço público (OSP) foram de 16 milhões de euros e que, no ano passado, a operadora teve um resultado líquido positivo “no valor de 5,28 milhões de euros”.
“Estamos a conseguir manter a STCP a flutuar apesar dos constrangimentos”, destacou.
Sobre esta matéria, também a deputada Susana Constante Pereira, do BE, defendeu a necessidade de “uma maior qualidade na prestação dos serviços de transportes públicos” e de ser alargada a gratuitidade dos transportes para todos os jovens até aos 25 anos, a pessoas com mais de 65 anos, pessoas com mobilidade condicionada, pessoas em situação de desemprego e aos trabalhadores dos transportes.
Em resposta, o presidente da Câmara do Porto avançou que, com a entrada em vigor, no início do ano, dos passes intermodais para os estudantes até aos 23 anos, o município deixa de ter uma despesa de cerca de três milhões de euros com o passe sub-18 e irá utilizar essa verba para “gerar a criação de nova procura”.
“Vamos permitir um crédito de 22 viagens anuais a cada pessoa que tiver o cartão Porto. Seja na STCP, seja no metro”, referiu o autarca.
Rui Moreira adiantou ainda que o programa Táxi Saúde+65 transportou 26 mil passageiros em 2023, mais 11 mil do que no ano anterior e que está a ser estudada a hipótese de “transporte a pedido” nas zonas onde não há capacidade de chegar o transporte público.
Este novo serviço vai ser providenciado por táxis e ter paragens definidas, fazendo depois o “rebatimento com as estações de metro e paragens da STCP”, esclareceu.
Na sessão foi ainda aprovada, por maioria, uma recomendação do PSD para assegurar que durante a revisão da rede da STCP exista “uma coordenação eficiente entre a rede de alta capacidade e a rede de metro”.
“A implementação de uma oferta mais refinada de rede de autocarros, com menor capacidade e maior frequência, em faixas dedicadas quando possível, busca ampliar a capilaridade da oferta de transporte, proporcionando rapidez e fiabilidade aos utilizadores”, defenderam os sociais-democratas.