Na cerimónia do 85.º aniversário da Polícia Municipal do Porto, o comandante António Leitão da Silva destacou que as futuras instalações vão concentrar todo o efetivo, atualmente disperso por quatro locais na cidade.
Duas naves da estação de recolha da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) de Francos deverão passar, em 2025, a albergar os serviços da Polícia Municipal, fruto de um investimento de cerca de quatro milhões de euros.
Na cerimónia do 85.º aniversário da Polícia Municipal do Porto, o comandante António Leitão da Silva destacou que as futuras instalações vão concentrar todo o efetivo, atualmente disperso por quatro locais na cidade (Pasteleira, Silo Auto, Parque da Cidade e canil).
“Se a felicidade de um comandante pudesse ser transcrita para uma fórmula matemática diria que ela seria resultante do somatório de, pelo menos, quatro premissas: apoio institucional, pessoas, viaturas e instalações. Faltava cumprir esta última”, afirmou.
De acordo com o comandante, a Polícia Municipal do Porto vai ficar sediada em duas naves da estação de recolha, fruto de um investimento de quase de quatro milhões de euros, que será suportado pela STCP.
“Um investimento que vai ser feito pela STCP e em que nós vamos pagar uma renda mensal, projetado a um espaço de tempo”, afirmou, acrescentando que tanto o período, como o valor do arrendamento ainda não estão definidos.
Aos jornalistas, António Leitão da Silva disse ainda que o projeto terá um prazo de execução de 18 meses.
Já quanto aos imóveis onde está atualmente sediada a Polícia Municipal, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, indicou aos jornalistas que no Plano Diretor Municipal (PDM) as instalações da Pasteleira estão identificadas como equipamento.
“A não ser que haja uma alteração no PDM (…) Pode o futuro presidente da câmara fazer o que entender, pode ser equipamento, ou fazer uma alteração ao PDM”, referiu, acrescentando ainda que as condições do Silo Auto “não são legítimas” e que a sua função primária é o estacionamento de veículos.
“Pelo menos no meu mandato não vamos alterar isso, mas amanhã quem sabe, alguém pode pretender fazer outra coisa no Silo Auto”, afirmou.
Rui Moreira destacou que a Polícia Municipal é “decisiva para assegurar uma cidade mais segura, mais justa, mais tolerante e mais inclusiva”.
“Não obstante o interesse que a criminalidade no Porto tem merecido por parte do Ministério da Administração Interna, a verdade é que o investimento do Estado na segurança pública da cidade não é consentâneo com aquele que o município faz há já vários anos na prevenção e combate do crime”, acrescentou.
Defendendo que o município não pode fazer este investimento sozinho, Rui Moreira afirmou que, ultrapassada a crise política, “os novos responsáveis pela Administração Interna têm de ser capazes de encontrar soluções que reforcem a segurança pública na cidade e atenuem a atual sensação de insegurança”.
Criada em 1938, a Polícia Municipal do Porto conta atualmente com 194 polícias oriundos da PSP e 172 funcionários do quadro da Câmara Municipal do Porto.
Na estação de recolha, que data dos anos 1970 vão decorrer, a STCP investiu sete milhões de euros na sua requalificação.
Em junho, em resposta à Lusa, a STCP esclareceu que a empreitada visava a “substituição do revestimento das coberturas e reforço estrutural”, a “remodelação geral das instalações elétricas”, a “alteração das instalações para adaptar as oficinas de manutenção à nova frota de autocarros elétricos”, a “reparação de betão aparente das fachadas”, a “melhoria da segurança e das condições de trabalho” e da “eficiência energética das instalações”.