A plataforma de sindicatos decidiu também cortar totalmente as relações com o MAI pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR.
A plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR decidiram hoje organizar a 31 de janeiro uma concentração em várias zonas do país para exigir o pagamento de um suplemento de missão, tal como tem a PJ.
“No dia 31 [de janeiro] iremos simbolicamente estar concentrados em várias zonas do país, mobilizando massivamente todos os profissionais da PSP e da GNR”, disse aos jornalistas o representante da plataforma de sindicatos, Bruno Pereira, à porta da PSP do Porto, após uma reunião de mais de três horas.
Sem adiantar mais pormenores sobre os moldes desta concentração nacional, Bruno Pereira referiu apenas que poderá ter impactos ao nível da capacidade de resposta destas forças de segurança sem, contudo, pôr em causa as necessidades da população.
A contestação dos elementos da PSP e da GNR teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
A plataforma de sindicatos decidiu também cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna (MAI) pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR, salientou.
Bruno Pereira vincou que estas forças de segurança irão continuar a fazer “marcação cerrada” ao Governo, estando onde os seus membros estiverem.
“Foi este Governo que em oito anos não dignificou a condição policial dos profissionais da PSP e da GNR, portanto, independentemente de estar demissionário ou não, é a ele que temos de continuar a exigir”, salientou.
Para o representante desta plataforma, é discriminatório que os polícias e os militares não recebam um suplemento de missão, tal como acontece com os inspetores da PJ, causando um tratamento diferenciado entre as diferentes forças de segurança.
E questionou: “Como é que é possível que as duas forças de segurança deste país, porque não há mais nenhumas, possam ser tratadas desta forma?”.
Bruno Pereira frisou que são os polícias e os militares que dão a primeira resposta, que lidam com o imprevisível e que salvam os filhos, os pais e os avós em qualquer situação que haja, por isso, são eles que estão na primeira linha de risco.
Falando numa reivindicação justa, o representante da plataforma de sindicatos ressalvou que este assunto não pode ficar esquecido, apesar das eleições que se avizinham, tendo o próximo executivo de considerar esta questão prioritária.