A agência Lusa contactou a ULSGE que, em resposta escrita, referiu que prevê, no seu Plano de Desenvolvimento Organizacional, a contratação de mais de 170 profissionais de enfermagem em 2024.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) disse que há dezenas de enfermeiros a trabalhar como “falsos recibos verdes” no Hospital de Vila Nova de Gaia/Espinho e “cerca de uma centena” com vínculo precário.
Em declarações à agência Lusa, Fátima Monteiro do SEP criticou “uma situação que se prolonga no tempo” e que é, disse, “promovida pelo Estado, aquele que devia ser o primeiro a criar condições para acabar com a precariedade”.
“Algumas dezenas são falsos recibos verdes. Dão resposta a necessidades permanentes, cumprem horário e respondem perante chefias. São jovens enfermeiros que aceitam os recibos verdes para iniciar carreira e ganhar experiência. É incrível que seja o próprio estado a promover a precariedade”, disse Fátima Monteiro.
Paralelamente, o SEP estima que neste hospital que faz parte da nova Unidade de Saúde Local Gaia/Espinho (USLGE) trabalhem “cerca de uma centena pelo menos” de enfermeiros com vinculo precário, seja ao abrigo de contratos de substituição ou de contratos a termo.
“Todos são necessários. Todos são necessidades permanentes, se não, não continuávamos a assistir ao recurso ao trabalho extraordinário. Esta situação causa insegurança a profissionais e utentes”, disse Fátima Monteiro, acrescentando que “a progressão na carreira para quem foi avaliado e já devia estar a receber aumento de salário também continua parada” neste hospital.
O SEP agendou para quarta-feira uma conferência de imprensa de “denúncia pública” em frente ao Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Na convocatória lê-se que os enfermeiros exigem resposta para diversos problemas, entre os quais o fim dos vínculos precários, a contabilização de todos os pontos/anos de serviço para efeitos de progressão, bem como o pagamento das progressões com retroativos a 2018.
São também reivindicações a regulação dos horários de trabalho, aplicando as 35 horas por semana a todos os enfermeiros “para permitir conciliar a vida profissional com a vida familiar” e o pagamento de todo o trabalho extraordinário.
A agência Lusa contactou a ULSGE que, em resposta escrita, referiu que prevê, no seu Plano de Desenvolvimento Organizacional, a contratação de mais de 170 profissionais de enfermagem em 2024.
“Aguardamos a aprovação, o que irá permitir à ULSGE constituir vínculos permanentes a profissionais contratados em regime de substituição ou temporariamente, para suprir situações também elas temporárias, mas que dado o crescimento da atividade assistencial justificam a contratação permanente destes profissionais”, concluiu.