“Sempre estive onde queria estar. Este é o clube do meu coração”.
O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, descartou estar “agarrado” ao cargo, instantes depois de ter sido anunciada a sua renovação contratual com os vice-campeões nacionais de futebol por mais quatro épocas, até junho de 2028.
“Compreendo o momento da vida associativa do nosso clube. Por isso, deverei dizer que não estou agarrado ao lugar, porque não basta ter contrato para estar no FC Porto e isso vale para todos”, observou o ex-jogador, em declarações reproduzidas pelo Porto Canal.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD do FC Porto deu conta da renovação com Sérgio Conceição em plena antevéspera das eleições para os órgãos sociais do clube “azul e branco” rumo ao quadriénio 2024-2028, nas quais o atual presidente e recandidato Pinto da Costa procura um 16.º mandato seguido.
“Agradeço a confiança ao presidente, que, com certeza, não me propôs a renovação pela relação forte que temos a nível pessoal, mas pelo sucesso desportivo. Vencemos muitos títulos e, nos últimos quatro anos, temos os mesmos seis êxitos do que os rivais”, reagiu.
Recordista de jogos, vitórias e conquistas no comando do FC Porto, que já orienta desde 2017/18, o treinador, de 49 anos, foi campeão nacional em 2017/18, 2019/20 e 2021/22 desde que regressou como sucessor de Nuno Espírito Santo ao clube, no qual acabou a sua formação como atleta e venceu cinco troféus em dois períodos (1996-1998 e 2004).
“Sempre estive onde queria estar. Este é o clube do meu coração. Há imensa gente que gosta do FC Porto, mas não o pode servir de qualquer forma. Como eu o posso fazer e tenho essa competência reconhecida pelo presidente e traduzida em títulos, continuarei com a mesma paixão a representar este clube da melhor maneira e a ganhar”, apontou.
Além das conquistas alternadas de três edições da I Liga, o antigo extremo internacional português venceu três taças de Portugal (2019/20, 2021/22 e 2022/23), três supertaças Cândido de Oliveira (2018, 2020 e 2022) e uma Taça da Liga (2022/23), mas atravessa agora o momento de menor fulgor desportivo em quase sete épocas completas no clube.
O FC Porto já está arredado do título de campeão nacional e quase afastado da próxima Liga dos Campeões, ao ser terceiro colocado da I Liga a quatro jornadas do final, com os mesmos 62 pontos do Sporting de Braga, a 18 do líder isolado Sporting – que enfrenta no domingo, no Dragão, num encontro da 31.ª ronda -, e a 11 do Benfica, detentor do cetro.
A única chance de o FC Porto evitar uma inédita época em “branco” sob alçada de Sérgio Conceição passa pela final da Taça de Portugal, em 26 de maio, no Estádio Nacional, em Oeiras, com os vencedores das últimas duas edições da prova a defrontarem o Sporting.
“Pode parecer estranho que só se tenha feito isto hoje, mas queríamos que fosse quando estivéssemos na final da Taça de Portugal e com as posições definidas [na I Liga]. Se a minha lista vencer, tenho concretizada uma necessidade primária, que é ter a garantia de que o futebol terá sucesso. Se não ganhar, os outros têm a vida facilitada, porque já não precisam de se sentar com ele e podem conversar por telefone”, reiterou Pinto da Costa.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
O ato eleitoral decorrerá no sábado, entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato seguido, desde 1982, e detém o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.