Seis em cada dez portugueses confiam no impacto positivo da inteligência artificial

Dados do Relatório de Saúde 2024I da empresa farmacêutica STADA.

Outubro 3, 2024

Seis em cada dez portugueses confiam no impacto positivo da Inteligência Artificial (IA) na sociedade, o maior número entre 23 países incluídos num estudo divulgado hoje, onde é avaliado o papel da IA nos cuidados de saúde.

Segundo o Relatório de Saúde 2024I da empresa farmacêutica STADA, 61% dos portugueses inquiridos para o estudo disse compreender o que é a IA e acreditar que é uma tecnologia positiva para a sociedade, sendo a média do total dos países 47%.

Na lista liderada por Portugal, o Uzbequistão (30%) ocupa a última posição. Entre os mais desconfiados estão os Países Baixos (39%), a Suécia (41%), o Reino Unido e a Finlândia (42%). A Dinamarca (44%) e a Alemanha (45%) também estão abaixo da média.

Por outro lado, 17% dos 2000 participantes portugueses no estudo declarou saber o que é a IA e pensar que “é uma tecnologia negativa para a sociedade”, uma percentagem abaixo da média global de 24%.

Entre os portugueses que admitem não a entender, 12% manifestam abertura para “explorar novas tecnologias para melhorar a sociedade” e 10% defendem que “deveria ser minuciosamente analisada”. A média dos 23 países é de 15 e 14%, respetivamente.

A confiança da maioria dos portugueses na IA não elimina as suas preocupações em relação à utilização da tecnologia nos cuidados de saúde, com 72% dos inquiridos a apontarem as possíveis más práticas de utilização.

A perda de emprego devido à substituição das pessoas pela tecnologia é receada por 66% e a de interação interpessoal por 65%, enquanto 64% disseram temer pela segurança dos dados. As médias globais foram, respetivamente, de 64, 56, 59 e 57%.

De acordo com o relatório, o motor de busca Google é a principal fonte de informação sobre saúde para os portugueses, referida por 69% dos inquiridos (62% a nível global).

No prazo de 10 anos, 57% dos portugueses acredita que serão desenvolvidas mais vacinas contra doenças comuns, sendo a média global de 46%.

Mais de metade (52% / 41%) pensa que o futuro da medicina passa igualmente pela utilização de robôs em “procedimentos médicos, tais como cirurgias” e 48% (38% a nível global) que a IA será utilizada para diagnosticar todas ou quase todas as doenças.

Previstas são também as consultas virtuais com médicos de todo o mundo (38/29), a “produção de órgãos para transplante a partir das nossas próprias células” (38/26) e que “todas ou quase todas as doenças cancerígenas não serão fatais” (33/30).

Outra questão abordada no Relatório de Saúde STADA 2024, além da IA, é o Sistema Nacional de Saúde, que satisfaz apenas 49% dos inquiridos em Portugal. O grau de satisfação com o SNS caiu pelo terceiro ano consecutivo, depois de em 2022 ter atingido os 64% e em 2023 os 53%.

Este estudo, que visa conhecer a opinião da população e promover o debate sobre o tema, é realizado anualmente desde 2015 e internacionalmente desde 2019.

No total, foram entrevistadas “online” 46.000 pessoas entre os 18 e os 99 anos, de 23 países, de fevereiro a março de 2024.

Das 2000 pessoas que integraram a amostra em Portugal, 53% era do género feminino e 42% tinha mais de 55 anos, enquanto 35% tinha entre 35 e 54 anos e 23% entre 18 e 34.

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