Rui Moreira lamenta saída de vereador da Economia da Câmara do Porto

Dizendo que preferia que Ricardo Valente se mantivesse no executivo, Moreira admitiu, no entanto, compreender a decisão.

Dezembro 5, 2024

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, lamentou hoje a saída do vereador da Economia, Ricardo Valente, que renunciou ao cargo, e avançou que irá redistribuir os seus pelouros pelos restantes membros do executivo.

“Se me perguntar se preferia que ele ficasse, preferia. Se me perguntar se fico agradecido, estou muito agradecido. Acho que a cidade tem uma dívida de gratidão para com ele, acho que foi um excelente vereador, mas é a vida”, afirmou Rui Moreira.

O vereador com o pelouro das Finanças e Atividades Económicas da Câmara do Porto renunciou ao cargo, mas irá manter-se em funções até janeiro a pedido do presidente da autarquia.

À margem da abertura do Parque Urbano Dr. Mário Soares, Rui Moreira afirmou que Ricardo Valente lhe demonstrou “vontade de abandonar o executivo” por considerar que as suas tarefas estavam concretizadas.

“Sentia que de alguma maneira, estando nós em fim de mandato, e tendo ele convites que lhe interessavam do ponto de vista pessoal, se eu o dispensava de completar o mandato”, referiu.

Dizendo que preferia que Ricardo Valente se mantivesse no executivo, Moreira admitiu, no entanto, compreender a decisão.

“Daqui a alguns meses também vou sair. Todos estamos em fim de ciclo e, havendo um fim de ciclo, parece-me perfeitamente normal que as pessoas comecem a olhar pela sua vida, porque isto é apenas um tempo. Isto não é um emprego, é um tempo que ocupamos e dedicamos à causa pública”, acrescentou.

Questionado sobre quem irá substituir Ricardo Valente no executivo, Moreira disse ser ainda necessário “um conjunto de formalidades”, daí o pedido para só sair em janeiro, mas que, em prinícipio, entrará “uma nova vereadora”.

De acordo com o edital publicado a 23 de agosto de 2021, sobre a lista o movimento independente candidata às eleições desse ano, a sucessora poderá ser Ana Barbosa.

“Temos pessoas com competência para assegurar a continuidade da normalidade. Não estou preocupado com isso, confesso que ainda não pensei no assunto”, referiu, dizendo que irá redistribuir os pelouros de Ricardo Valente pelos restantes vereadores que compõem a maioria no executivo.

Em declarações à Lusa, o vereador Ricardo Valente afirmou hoje que renunciou ao cargo por considerar que se fecha um ciclo.

“A minha saída resulta de uma questão simples: estamos a fechar um ciclo, o doutor Rui Moreira está no seu último mandato e estamos a entrar numa fase que a mim não me interessa minimamente. Entrei no projeto para transformar, retransformar e ajudar a mudar a cidade do Porto e não estou disponível para estar num projeto quando passamos a estar numa lógica de gestão corrente”, afirmou Ricardo Valente, recusando que a saída esteja relacionada com uma candidatura às autárquicas de 2025.

“A minha saída não tem rigorosamente nada a ver com uma candidatura em 2025 pela IL. Não sou alguém que queira ter carreira política que não seja executiva e efetiva. Nunca serei, na política, alguém sem contribuir. Também não quero condicionar a IL. Não está claramente nos meus horizontes a participação política enquanto candidato pela IL”, referiu, reiterando que não sai em rutura com Rui Moreira.

Vereador do pelouro das Finanças, Atividades Económicas e Fiscalização, bem como do pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo, Ricardo Valente tornou-se militante da Iniciativa Liberal, em outubro de 2020, e deixou a associação cívica “Porto, o Nosso Movimento” em novembro de 2022.

A carta de renúncia foi apresentada na terça-feira e acompanhada de uma conversa com Rui Moreira.

Esta tarde, numa publicação na rede social LinkedIn, Ricardo Valente assumiu não se rever “desde há algum tempo” na “perda de enfoque que resulta de um último mandato municipal”, agradecendo, no entanto, a “confiança e abertura” a Rui Moreira e também a Luís Filipe Menezes, que, em 2013 o convidou para integrar as listas do PSD, partido pelo qual acabou por ser eleito.

“Apesar disso, mantive o empenho e liderei a preparação de quatro orçamentos”, salienta, dizendo que, entrando a autarquia em modo de gestão corrente e alguns intervenientes em “prossecução de objetivos políticos” para as próximas eleições, “chega o momento de sair”.

“Entrando assim a CM Porto em modo de gestão corrente e na prossecução de objetivos políticos para as próximas eleições por parte de alguns dos seus intervenientes, na esfera da gestão executiva e não executiva; (sendo os acontecimentos que vivenciamos neste fim de semana a demonstração clara deste(s) momentos, onde a cidade e a sua gestão é o último fator a ser tido em conta”, acrescenta.

No sábado, o Porto, O Nosso Movimento, pelo qual foi eleito Rui Moreira, anunciou que iria apresentar um candidato às eleições autárquicas de 2025.

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