Apesar de a biblioteca encerrar a 01 de abril, a empreitada só deverá arrancar em dezembro.
A empreitada de reabilitação da Biblioteca Pública Municipal do Porto, que inclui a remodelação do edifício existente e a construção de novos, representa um investimento de 26,5 milhões de euros e deverá estar concluída em 2027, foi hoje revelado.
De acordo com o dossiê de imprensa partilhado hoje pelo município, o projeto da autoria do arquiteto Eduardo Souto Moura inclui a “remodelação total” do edifício que, desde 1842, alberga a Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP).
Apesar de a biblioteca encerrar a 01 de abril, a empreitada só deverá arrancar em dezembro e terá como principal foco a “colmatação das patologias estruturais e construtivas”, e a redistribuição dos espaços com vista a uma “melhor organização do funcionamento dos serviços”.
O edifício existente terá uma nova cobertura, caixilharia e lajes de betão, “após a demolição das existentes, fundamentalmente na ala voltada para a Rua D. João IV e Avenida Rodrigues de Freitas”.
A obra pressupõe a conservação e manutenção da atual Sala de Livre Acesso, da Biblioteca Infantojuvenil e do Auditório. Está também prevista a conservação e restauro de todos os “elementos arquitetónicos relevantes” que existem no edifício, como a alvenaria de pedra, fontes, rebocos e pavimentos.
Face à “necessidade e premência de expansão”, o projeto inclui a construção de novos edifícios, que irão encerrar as frentes de rua na Avenida Rodrigues de Freitas e Rua de Morgado Mateus.
Já no interior do terreno, os edifícios existentes serão demolidos e darão lugar a “novos volumes” que, além de promoverem criação de um segundo claustro para fruição do público, servirão de espaços de depósitos.
Será também construída uma cave que permitirá “criar áreas adicionais de depósito” e ligar internamente o espaço.
No total, a nova construção abrangerá 7.700 metros quadrados, a requalificação dos edifícios existentes abrangerá 7.680 metros quadrados e a demolição 1.377 metros quadrados.
O projeto inclui também a adequação do programa de acesso livre ao público no piso térreo, as áreas de trabalho, catalogação e direção no primeiro piso e os depósitos para a Casa Forte no segundo piso. Já o terceiro piso, onde se encontra o vão de telhado, ficará reservado para a área técnica.
No piso térreo serão criados espaços exteriores ajardinados, bem como introduzidos novos espaços de vertente cultural (com acesso pela Avenida Rodrigues Freitas) de caráter expositivo.
O projeto abrange ainda a criação de uma cafetaria no “volume de remate do gaveto” voltado para a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e de uma nova biblioteca sonora com estúdios de gravação.
Este projeto representa um investimento municipal de 29,25 milhões de euros, dos quais 26,5 milhões de euros dizem respeito à empreitada e os restantes ao projeto e estudos complementares.
Inicialmente estimava-se que o projeto rondasse os 17,5 milhões de euros, mas “já no início da elaboração do projeto, ainda em fase de estudo prévio, o arquiteto Eduardo Souto Moura em reunião pública do executivo referiu que, com o desenvolvimento do projeto, e face à conjuntura à data, que deveria haver um agravamento do valor inicialmente estimado, referindo que nunca ficaria abaixo dos 20 milhões de euros”, justifica a autarquia.
O município do Porto tenciona lançar o concurso público para a empreitada em abril e estima conseguir adjudicá-lo em setembro. No calendário das operações, a autarquia prevê conseguir o visto prévio do Tribunal de Contas em novembro e arrancar com a empreitada no mês seguinte.
A obra deverá durar cerca de três anos, prevendo-se a sua conclusão para dezembro de 2027.
Durante o encerramento da biblioteca, a Biblioteca Municipal Almeida Garrett e os diferentes polos da Biblioteca Errante irão manter o atendimento, programação regular e diferentes vocações. Para colmatar os condicionamentos com o fecho, o município anunciou um pacote de 15 medidas para modernizar os serviços.