Líder socialista condiciona primeiros meses de governação de Luís Montenegro e quer participar da decisão sobre aeroporto. Mas avisa que viabilizar orçamento de 2025 “é praticamente impossível”.
O secretário-geral do PS manifestou-se hoje disponível para viabilizar um Orçamento retificativo da AD limitado a “matérias de consenso”, referindo-se à valorização das grelhas salariais de alguns grupos profissionais da administração pública até ao início do verão.
Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, após uma audiência de cerca de duas horas com o Presidente da República, Pedro Nuno Santos salientou que não há uma maioria governativa à esquerda, pelo que o papel do PS será liderar a oposição.
O líder do PS referiu que o facto de o partido liderar a oposição não significa que não será uma “oposição responsável” e, apesar de não votar “documentos ou iniciativas legislativas sobre matérias com as quais não concorda”, também não se oporá a entendimentos “em matérias onde há pontos de vista comuns”.
“Desde logo, ao longo da campanha, foi notório para todos que haviam um largo consenso, que extravasa aliás o próprio PS e a AD, sobre a necessidade de valorizarmos as carreiras e as grelhas salariais de alguns grupos profissionais da administração pública”, sublinhou.
O secretário-geral do PS indicou estar a referir-se aos “professores, forças de segurança, profissionais de saúde” e oficiais de justiça e garantiu que o PS está disponível para encontrar com o futuro Governo “uma solução que permita que, até ao verão, estes profissionais tenham a sua situação resolvida”.
“Tendo em conta que pode ser necessário alterar limites de despesa, nós estamos disponíveis para viabilizar um orçamento retificativo que esteja limitado às matérias de consenso”, anunciou.
Pedro Nuno Santos considerou que esta é uma maneira de se resolver “uma questão que é transversal a todos”, sublinhando que o PS “não estaria confrontado com a votação de uma iniciativa ou de um orçamento com propostas com as quais não concorda”, porque esse orçamento retificativo ficaria limitado “às matérias sobre as quais existe um amplo consenso junto dos partidos políticos com representação parlamentar”.
“Eu próprio farei o contacto com o líder da coligação para disponibilizar, para demonstrar esta disponibilidade do PS, indicarmos mesmo dois nomes que possa, no prazo de 30 dias, construir um acordo que nos permita encontrar uma solução até ao verão para resolvermos a situação destes profissionais da administração pública, ainda antes do início das férias de verão”, acrescentou.