Até quarta-feira à noite, Miguel Albuquerque era o único candidato à liderança do partido.
O prazo para entrega de candidaturas à liderança do PSD/Madeira termina hoje às 18:00 e, até agora, só foi apresentada uma lista, encabeçada pelo atual presidente, Miguel Albuquerque, que chefia o partido desde 2014 e o Governo Regional desde 2015.
Os social-democratas madeirenses agendaram as eleições internas para 21 de março, na sequência da crise política provocada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção na Madeira.
Miguel Albuquerque foi constituído arguido e demitiu-se do cargo de presidente do Governo Regional, sendo que sua exoneração levou à queda do executivo, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN, e que está agora em gestão.
Até quarta-feira à noite, Miguel Albuquerque era o único candidato à liderança do partido.
O prazo para a entrega de listas termina hoje às 18:00.
Miguel Albuquerque lidera o PSD/Madeira desde 2014, ano em que venceu as eleições internas na segunda volta, após uma primeira volta com seis candidatos, tendo disputado a liderança com o antigo secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais Manuel António Correia.
O atual líder do PSD/Madeira venceu com 64% dos votos num universo de 6.232 votantes, obtendo um resultado superior ao alcançado pelo histórico presidente do partido na região, Alberto João Jardim, em 2012, que apoiou a candidatura de Manuel António Correia em 2014.
Desde então, Miguel Albuquerque foi sempre o único candidato à liderança do PSD na Madeira.
Em 2015, Miguel Albuquerque sucedeu a Alberto João Jardim na presidência do Governo Regional, cargo que ainda ocupa, agora na condição de demissionário.
Nas eleições legislativas regionais de 2019, não conseguiu segurar a maioria absoluta que o PSD sempre teve na Madeira e, para garantir a governação, convidou o CDS-PP para uma coligação, o que aconteceu pela primeira vez no Governo Regional do arquipélago.
Em setembro de 2023, os dois partidos concorreram coligados, mas ficaram a um deputado da maioria absoluta, situação que motivou um acordo de incidência parlamentar com a deputada única do PAN, que assim viabilizou o terceiro executivo chefiado por Albuquerque.
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Na sequência desta operação, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
Os três arguidos foram libertados com termo de identidade e residência, três semanas após as detenções.
Pouco dias depois, em 19 de fevereiro, Miguel Albuquerque indicou que seria novamente candidato à liderança do PSD/Madeira e, na sexta-feira, disse sentir-se “perfeitamente capaz” de concorrer a eleições legislativas antecipadas.
Em 21 de fevereiro, o Conselho Regional do PSD/Madeira indicou que as eleições diretas vão realizar-se em 21 de março e o congresso regional em 20 e 21 de abril.
“O objetivo desta marcação deveu-se à mudança de circunstância política”, explicou na altura o presidente daquele órgão, João Cunha e Silva, adiantado que “esta mudança espera pela decisão do Presidente da República”.
João Cunha e Silva garantiu também que o PSD está preparado para a possibilidade de Marcelo Rebelo de Sousa chamar o presidente do partido para formar novo Governo Regional, com base na atual maioria parlamentar PSD/CDS-PP/PAN, ou para o caso de convocar eleições antecipadas na região autónoma, o que só poderá ocorrer depois de 24 de março, seis meses após as últimas eleições legislativas regionais.