Portugal registou 924 novos casos de infeção por VIH em 2023, menos 65 que no ano anterior, com o diagnóstico a ocorrer maioritariamente em homens.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, considerou hoje que em Portugal “não se pode levantar o pé do acelerador” na área do VIH e admitiu preocupação com o facto da taxa de novos casos continuar elevada.
“Portugal tem feito um caminho muito positivo nesta área, um caminho que tem posicionado Portugal num patamar muito positivo (…). Estes números preocupam-me e significam que nesta como em outras áreas não se pode levantar o pé do acelerador”, disse a governante.
No Porto, onde participou na sessão de encerramento o encontro “Para Além do Papel de Doente: Reformulando a Investigação Juntos, da Investigação Pré-clínica até à Prestação de Cuidados de Saúde” organizado pelo Centro Académico Clínico ICBAS-Santo António, Ana Paula Martins comentou os dados conhecidos hoje sobre a infeção pelo VIH.
“O Governo anterior deixou um trabalho muito bem feito nessa área e nós estamos a dotar os centros desta área de capacidade de resposta, nomeadamente a simplificar a prescrição da PrEP [profilaxia pré-exposição]. Fizemos um bom caminho e não há razão nenhuma para não o continuar a fazer”, disse.
Portugal registou 924 novos casos de infeção por VIH em 2023, menos 65 que no ano anterior, com o diagnóstico a ocorrer maioritariamente em homens, indica o relatório “Infeção por VIH em Portugal 2024” divulgado hoje.
No entanto, Portugal ainda apresenta taxas de novos diagnósticos de infeção por VIH e de SIDA superiores à média da União Europeia.
Em declarações à Lusa, o subdiretor-geral da DGS para a área da Saúde Pública explicou que, apesar dos quase 1.000 novos casos, há uma “tendência de longo prazo decrescente” desde 2000, mas admitiu que estes são números que “ainda não nos deixam totalmente descansados”.