Plenário e greve condicionam novamente rede Unir sobretudo em Gaia e Espinho

A última greve da AV Feirense aconteceu no dia 04 de novembro, após um plenário que se tinha realizado no dia 31 de outubro

Novembro 27, 2024

Um plenário de trabalhadores da Auto-Viação Feirense, na quinta-feira, e uma greve, na próxima segunda-feira, vão condicionar novamente o serviço da rede Unir, sobretudo em Gaia e Espinho, após a paralisação de há um mês.

De acordo com o “site” do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), para quinta-feira às 06:00 estão marcados plenários na Auto Viação Feirense e Transportes Beira Douro (que pertence à AV Feirense), nas instalações da empresa em Lourosa (Santa Maria da Feira).

Já para segunda-feira, dia 02 de dezembro, está marcada uma greve, a que se seguirá uma deslocação à sede da Área Metropolitana do Porto (AMP) cerca das 11:00, disse à Lusa o coordenador Centro-Norte do STRUP, Hélder Borges.

A AV Feirense opera, através da sua subsidiária Transportes Beira Douro, em todo o lote 4 da rede Unir (Vila Nova de Gaia e Espinho) e também está subcontratada no lote 2, operando em parte dos concelhos de Gondomar, Paredes, Valongo e Santo Tirso.

Hélder Borges disse ainda que o sindicato tentou reunir com a empresa, sem sucesso, e que também já está a tentar marcar uma mediação do conflito laboral com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

Por seu lado, fonte da AV Feirense refere que foi a empresa a tomar a iniciativa de reunir com a coordenação local do STRUP, mas que face à falta de resposta, contactou a estrutura central em Lisboa.

A mesma fonte lamentou ainda que não tenha sido possível chegar “a acordo para as condições de diálogo”.

A empresa revelou também à Lusa que, num universo de cerca de 600 motoristas, 53 fizeram greve no início do mês, e que o salário médio na empresa ronda os 1.834 euros brutos, a que se acrescentam ajudas de custo de 260 euros.

A última greve da AV Feirense aconteceu no dia 04 de novembro, após um plenário que se tinha realizado no dia 31 de outubro.

Hoje, numa nota a enviada à imprensa, a CDU de Gaia anunciou que irá levar à votação na Assembleia Municipal de quinta-feira “um voto de Saudação aos Trabalhadores da Rede Unir”.

Caso seja aprovado, o voto “delibera saudar as várias acções de luta dos trabalhadores, condenar as declarações da empresa, apelar às entidades responsáveis que se empenhem para a resolução das condições precárias de trabalho, apelar ao diálogo construtivo para encontrar as soluções necessárias para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e pela melhoria do serviço”.

O voto reivindica ainda “a necessidade de a Área Metropolitana do Porto assegurar a eficiente fiscalização do contrato relativamente às condições do material circulante e cumprimento de serviço do operador”.

A CDU refere que “os motoristas estão a enfrentar difíceis condições de trabalho, com viaturas em mau estado e manutenção deficiente, o que coloca em risco a segurança rodoviária”, o que leva a que “frequentemente, os serviços não sejam cumpridos na totalidade, com a empresa a executar apenas cerca de 40% dos serviços previstos”.

À data da última paralisação, fonte oficial da AV Feirense considerou que os números avançados pelo STRUP eram “disparatados”.

“Lutamos todos os dias para fazer 100% de serviço. Desde que os trabalhadores cumpram o seu serviço, a empresa faz 100%”, vincou então a mesma fonte, admitindo que “pontualmente há um trabalhador que pode ou incumprir, ou avisar em cima da hora que vai incumprir”, condicionando o serviço.

A CDU de Gaia considera que a afirmação “não só é grave, como reveladora, tal sugestão de que essas insuficiências na operação se possam dever aos trabalhadores, bem como a sugestão de que dependeria exclusivamente dos trabalhadores o cumprimento integral e devido do serviço de transportes rodoviário” no concelho.

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