A última greve da AV Feirense aconteceu no dia 04 de novembro, após um plenário que se tinha realizado no dia 31 de outubro
Um plenário de trabalhadores da Auto-Viação Feirense, na quinta-feira, e uma greve, na próxima segunda-feira, vão condicionar novamente o serviço da rede Unir, sobretudo em Gaia e Espinho, após a paralisação de há um mês.
De acordo com o “site” do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), para quinta-feira às 06:00 estão marcados plenários na Auto Viação Feirense e Transportes Beira Douro (que pertence à AV Feirense), nas instalações da empresa em Lourosa (Santa Maria da Feira).
Já para segunda-feira, dia 02 de dezembro, está marcada uma greve, a que se seguirá uma deslocação à sede da Área Metropolitana do Porto (AMP) cerca das 11:00, disse à Lusa o coordenador Centro-Norte do STRUP, Hélder Borges.
A AV Feirense opera, através da sua subsidiária Transportes Beira Douro, em todo o lote 4 da rede Unir (Vila Nova de Gaia e Espinho) e também está subcontratada no lote 2, operando em parte dos concelhos de Gondomar, Paredes, Valongo e Santo Tirso.
Hélder Borges disse ainda que o sindicato tentou reunir com a empresa, sem sucesso, e que também já está a tentar marcar uma mediação do conflito laboral com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
Por seu lado, fonte da AV Feirense refere que foi a empresa a tomar a iniciativa de reunir com a coordenação local do STRUP, mas que face à falta de resposta, contactou a estrutura central em Lisboa.
A mesma fonte lamentou ainda que não tenha sido possível chegar “a acordo para as condições de diálogo”.
A empresa revelou também à Lusa que, num universo de cerca de 600 motoristas, 53 fizeram greve no início do mês, e que o salário médio na empresa ronda os 1.834 euros brutos, a que se acrescentam ajudas de custo de 260 euros.
A última greve da AV Feirense aconteceu no dia 04 de novembro, após um plenário que se tinha realizado no dia 31 de outubro.
Hoje, numa nota a enviada à imprensa, a CDU de Gaia anunciou que irá levar à votação na Assembleia Municipal de quinta-feira “um voto de Saudação aos Trabalhadores da Rede Unir”.
Caso seja aprovado, o voto “delibera saudar as várias acções de luta dos trabalhadores, condenar as declarações da empresa, apelar às entidades responsáveis que se empenhem para a resolução das condições precárias de trabalho, apelar ao diálogo construtivo para encontrar as soluções necessárias para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e pela melhoria do serviço”.
O voto reivindica ainda “a necessidade de a Área Metropolitana do Porto assegurar a eficiente fiscalização do contrato relativamente às condições do material circulante e cumprimento de serviço do operador”.
A CDU refere que “os motoristas estão a enfrentar difíceis condições de trabalho, com viaturas em mau estado e manutenção deficiente, o que coloca em risco a segurança rodoviária”, o que leva a que “frequentemente, os serviços não sejam cumpridos na totalidade, com a empresa a executar apenas cerca de 40% dos serviços previstos”.
À data da última paralisação, fonte oficial da AV Feirense considerou que os números avançados pelo STRUP eram “disparatados”.
“Lutamos todos os dias para fazer 100% de serviço. Desde que os trabalhadores cumpram o seu serviço, a empresa faz 100%”, vincou então a mesma fonte, admitindo que “pontualmente há um trabalhador que pode ou incumprir, ou avisar em cima da hora que vai incumprir”, condicionando o serviço.
A CDU de Gaia considera que a afirmação “não só é grave, como reveladora, tal sugestão de que essas insuficiências na operação se possam dever aos trabalhadores, bem como a sugestão de que dependeria exclusivamente dos trabalhadores o cumprimento integral e devido do serviço de transportes rodoviário” no concelho.