A plataforma dos sindicatos da PSP e das associações da GNR organizam no dia 31 de janeiro uma outra manifestação no Porto.
Cerca de 15.000 elementos da PSP e da GNR participaram ontem na manifestação, em Lisboa, convocada pela plataforma de sindicatos policiais, disse à Lusa fonte da estrutura, que considerou o protesto de histórico.
Depois de uma marcha ordeira quase sem bandeiras e palavras de ordem, os manifestantes cantaram três vezes o hino nacional em frente à Assembleia da República e entoaram a frase “polícia unida já mais será vencida”.
A primeira vez que foi cantado o hino os oito polícias que estão de guarda à escadaria do parlamento viraram-se para a porta principal da Assembleia da República, um gesto que tinha sido pedido nas redes sociais.
Noutra das vezes em que foi cantado o hino os elementos das forças de segurança acenderam as luzes dos telemóveis.
Os polícias da PSP e os militares da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há mais de duas semanas em protestos por todo o país numa iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, que depois se alargou a todo o país.
A manifestação de hoje, entre o Largo do Carmo e a Assembleia da República, foi organizada pela plataforma composta por sete sindicatos da Polícia da Segurança Pública e quatro da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos atribuídos às forças de segurança e após o Governo ter aprovado o suplemento de missão para as carreiras da PJ, que em alguns casos chegou a um aumento de 700 euros.
“Tínhamos a expectativa alta, mas aquilo que se passou hoje é demonstrativo do grau de insatisfação que existe nas forças de segurança. Superou as nossas expectativas”, disse à Lusa o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Paulo Santos adiantou que os sindicatos já tinham alertado várias vezes o ministro da Administração Interna para “o estado de espírito dos polícias”, sendo o protesto de hoje e todos aqueles que se têm vindo a realizar em todo o país uma “forma clara para demonstrar a insatisfação”.
O presidente do maior sindicato da PSP garantiu que os protestos vão continuar até que seja dada “uma resposta concreta e efetiva” à principal reivindicação, que é a “paridade com a PJ”.
Também o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) afirmou à Lusa que os elementos das forças de segurança vão continuar “a demonstrar o descontentemente” até que o suplemento de risco idêntico à PJ seja atribuído à PSP e GNR, frisando que podem prolongar-se até às eleições legislativas antecipadas de 10 de março.
César Nogueira reforçou que o Governo ainda pode na atual legislatura atribuir o suplemento, sustentando que tem condições para tal.
Destacando os milhares de profissionais da PSP e GNR que estiveram presentes na manifestação, César Nogueira disse que existe nas polícias o “sentimento mútuo de que mais uma vez foram desconsiderados pelo Governo”.
“Não estamos contra o suplemento atribuído à PJ, estamos sim contra o destratar que mais uma vez o Governo teve com estes profissionais”, precisou
A manifestação contou ainda com a presença de elementos de outros sindicatos, como guardas prisionais e ASAE.
A plataforma dos sindicatos da PSP e das associações da GNR organizam no dia 31 de janeiro uma outra manifestação no Porto.