PJ desmantelou o maior laboratório clandestino de “doping” em Portugal

Segundo a PJ, as buscas realizadas permitiram desmantelar um laboratório clandestino de produção, em massa, de substâncias anabolizantes, provavelmente o de maior dimensão até hoje identificado e localizado.

Setembro 18, 2023

A PJ deteve duas pessoas e desmantelou, na região de Lisboa, um laboratório clandestino de produção de substâncias dopantes, considerado o maior alguma vez identificado e localizado em Portugal, anunciou hoje aquela polícia.

Em comunicado, a Polícia Judiciária avança que realizou, na Área Metropolitana de Lisboa, uma operação policial, designada “Corpus Insanus”, em que estavam em causa fortes indícios dos crimes de tráfico de substâncias e métodos proibidos, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais relacionados com a produção laboratorial ilícita de anabolizantes.

Durante a operação foram executados 11 mandados de busca, seis dos quais domiciliários e cinco não domiciliários, sendo igualmente cumpridos dois mandados de detenção fora de flagrante delito dos principais suspeitos.

Segundo a PJ, as buscas realizadas permitiram desmantelar um laboratório clandestino de produção, em massa, de substâncias anabolizantes, provavelmente o de maior dimensão até hoje identificado e localizado.

Foram apreendidos vários equipamentos laboratoriais e máquinas industriais para produção dessas substâncias, além de substâncias proibidas com processo de produção finalizado e já embaladas e etiquetadas, que continham cartonagens, blisters, hologramas, bulas, habilitando os produtos dopantes em causa a entrar no mercado, com aparência de produção certificada e produção laboratorial legítima.

A PJ frisa que, durante a operação, foram também apreendidos mais de 250.000 euros em numerário e ativos digitais, designadamente, cripto moeda, bem como quatro viaturas de luxo, avaliadas em cerca de 300.000 euros.

Na operação “Corpus Insanus”, que foi lavada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção no âmbito de inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, estiveram envolvidas várias unidades PJ, designadamente a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), Unidade de Perícia Tecnológica e Informática (UPTI), Laboratório de Polícias Cientifica (LPC), Unidade de Perícia Financeira e Contabilística (UPFC) e Direção de Serviços de Gestão Financeira e Patrimonial (DSGFP), num total de cerca de uma centena de investigadores e peritos.

De acordo com a PJ, um dos detidos ficou em prisão preventiva e o outro com a obrigação de apresentações bissemanais às autoridades, depois de terem sido presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Central de Instrução Criminal.

Após a realização subsequente da análise e dos competentes exames e perícias à prova agora recolhida, a investigação da PJ vai continuar para “o cabal apuramento da verdade e a sua célere conclusão”.

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