Para Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro “já sabe qual é o âmbito, o objeto” daquilo que o PS quer saber porque o requerimento da comissão parlamentar de inquérito já foi entregue.
O líder do PS desafiou hoje o primeiro-ministro a “retirar a moção de confiança” e aceitar a comissão de inquérito ao caso da sua empresa familiar para resolver a crise política e evitar eleições antecipadas.
“Retire a moção de confiança e aceite a comissão parlamentar de inquérito”, apelou Pedro Nuno Santos na interpelação ao primeiro-ministro no debate na Assembleia da República.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, tinha anteriormente manifestado disponibilidade para “suspender a sessão” parlamentar se o secretário-geral do PS dissesse “em concreto” que esclarecimentos pretendia sobre a empresa da sua família.
“Bastava ler o texto da moção de confiança ou estar atento à sua primeira intervenção para perceber rapidamente que não é intenção do senhor primeiro-ministro ter o voto de qualquer partido desta Assembleia da República na moção de confiança”, afirmou o líder socialista.
Para Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro “já sabe qual é o âmbito, o objeto” daquilo que o PS quer saber porque o requerimento da comissão parlamentar de inquérito já foi entregue.
“A solução é retirar a moção de confiança e aceitar a comissão parlamentar de inquérito”, devolveu.
O secretário-geral do PS acusou o primeiro-ministro de ter montado “este teatro” e arrastado “o seu partido e todo o Governo”, pretendendo agora “arrastar o país consigo para esta crise política”.
No arranque da sua intervenção, Pedro Nuno Santos afirmou que Luís Montenegro “está zangado, mas só se pode queixar de si próprio” porque “esta crise é da sua exclusiva responsabilidade”.
“O PS deu desde o dia 10 de março de 2024 todas as condições para que pudesse governar”, apontou, dando como exemplo a viabilização do programa do Governo e do Orçamento do Estado para 2025, a eleição do presidente do parlamento e a rejeição de duas moções de censura.
Pedro Nuno Santos referiu que os socialistas sempre disseram que não aceitariam viabilizar uma moção de confiança.
“As circunstâncias mudaram para pior. Nós hoje temos muito mais razões para chumbar a moção de confiança. Se nós votaríamos contra uma moção de confiança em janeiro, nós hoje infelizmente temos muito mais razões para chumbar a moção de confiança”, justificou.