Pedro Nuno Santos defendeu também que a governação de António Costa ficou marcada pela recuperação económica e aumento de salários e pensões.
O candidato à liderança do PS Pedro Nuno Santos afirmou hoje que o seu foco é “vencer as eleições”, mas indicou que se houver condições para os socialistas liderarem uma maioria após as legislativas, “assim será”.
“O nosso foco é vencer as eleições, é sobre esse cenário que trabalhamos. Não trabalhamos sobre mais nenhum cenário, com a certeza de que o PS depois das eleições fará tudo para construir uma maioria de Governo em Portugal”, afirmou.
Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas antes de um encontro com jovens, em Lisboa, e foi questionado sobre os cenários de governação caso o PS não vença as eleições, mas exista uma maioria parlamentar de esquerda.
“O que aconteceu em 2015 [a geringonça] teve, como é sabido, todo o meu apoio, e se houver condições para liderarmos uma maioria, assim será”, garantiu.
O candidato à liderança do PS disse que “os cenários são possíveis”, mas salientou que aquele em que está focado é numa vitória”, com a “certeza de trabalhar para construir uma solução de governo”.
O antigo ministro das infraestruturas quis também recusar a ideia de que “os portugueses preferem” José Luís Carneiro à frente do PS.
“Aquilo que nós sabemos do ponto de vista interno é que a nossa candidatura tem conseguido mobilizar a maioria esmagadora dos nossos militantes, mas sabemos também, daquilo que são os métodos mais científicos que temos ao nosso dispor, que a maioria dos portugueses prefere a nossa candidatura e o nosso projeto”, salientou.
Pedro Nuno Santos disse que, de quatro sondagens, a sua candidatura está “claramente à frente” em três, e na outra é “a candidatura preferida do eleitorado que votou o Partido Socialista em 2022”.
“Portanto, daquilo que nós podemos saber com alguma certeza é que, ao contrário daquilo que diz o meu adversário interno e o próprio PSD, a maioria do povo português prefere a nossa candidatura e o nosso projeto”, defendeu.
O candidato apontou ainda que tanto José Luís Carneiro como o PSD tentam classificá-lo como radical, mas que “há muita confusão em Portugal entre ser radical e ter convicções”.
“Eu queria dizer que eu não sou nem radical nem moderado, eu sou socialista, ponto número um, e, ponto número dois, tenho convicções. E é no quadro da responsabilidade que quero concretizar essas convicções. Não é radicalismo, é ter convicções”, salientou.
O deputado socialista recusou também ser impulsivo, referindo que “arrastar os pés” não é uma característica sua, e indicou tratar-se de “capacidade de decisão”.
Pedro Nuno Santos desvalorizou ainda o apoio do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, ao seu opositor José Luís Carneiro: “Cada deputado vale um voto, nós temos dois terços, isso é o mais importante”.
Um dia depois de os líderes do PSD e do Chega terem afirmado que a “geringonça” foi um período mau para o país, o candidato a secretário-geral do PS contrapôs que, quando o PSD e o CDS-PP lideraram o Governo, antes da “geringonça”, “foram quatro anos terríveis para o povo português”.
“Foram anos de cortes de salários, cortes de pensões, de cortes da despesa social”, salientou, afirmando que com a direita a dívida pública “aumentou em proporção da riqueza”.
Pedro Nuno Santos defendeu também que a governação de António Costa ficou marcada pela recuperação económica e aumento de salários e pensões.
“E, pasme-se, isto aconteceu tudo ao mesmo tempo que fomos sempre baixando a dívida pública”, salientou.
Apontando que o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse em 2016, numa entrevista, que “passaria a defender o voto no PS, Bloco de Esquerda e PCP” caso a estratégia orçamental do governo socialista funcionasse, afirmou:
“Pois, nós conseguimos. E já agora agradecíamos que Pedro Passos Coelho fosse consequente com estas palavras e apelasse ao voto no PS a 10 de março”, afirmou.
Às eleições diretas socialistas de 15 e 16 de dezembro apresentaram-se até agora três candidatos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião, dirigente da linha minoritária de oposição ao atual secretário-geral, António Costa.