“Essa é a grande notícia do dia de hoje, é que, depois de tanta separação e distanciamento, na primeira necessidade, o PSD e o Chega entenderam-se”, afirma o líder socialista.
O secretário-geral do PS considerou hoje que o PSD e o Chega se entenderam “na primeira necessidade”, numa alusão aos nomes propostos para a mesa da Assembleia da República, o que disse comprovar que existe uma maioria de direita.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, após uma reunião do Grupo Parlamentar do PS, Pedro Nuno Santos disse que, “como toda a gente já percebeu, há um acordo na direita entre o Chega e o PSD para a eleição” do presidente da Assembleia da República.
“Essa é a grande notícia do dia de hoje, é que, depois de tanta separação e distanciamento, na primeira necessidade, o PSD e o Chega entenderam-se”, afirmou.
O líder socialista recusou comentar se considera que o “não é não” do líder PSD, Luís Montenegro, ao diálogo com o Chega se esboroou, mas reiterou que se pode “constatar que há um entendimento entre o PSD e o Chega”.
“É a constatação de que essa maioria de direita, que temos hoje no parlamento, ela de facto existe quando é necessário, como é o caso. Portanto, não vale a pena estarmos a fazer de conta que não existe uma maioria de direita que se entende: há uma maioria de direita que se entende, elegeu um presidente [do parlamento] legitimamente”, afirmou.
Pedro Nuno Santos sublinhou que, desde a noite eleitoral, deixou claro que as eleições “representaram uma viragem à direita clara, que foi sendo negada pelo PSD”.
“O PSD não fez até agora nenhum comentário, que se saiba, sobre o acordo a que chegaram com o Chega, só temos declarações do líder do Chega. Mas está claro para toda a gente. Registamos”, disse.
Interrogado se o PS estava disponível para um entendimento com o PSD quanto à composição da mesa da Assembleia da República, Pedro Nuno Santos respondeu: “Não fomos contactados nem pelo líder da AD, nem pelo líder parlamentar do PSD”.
Já questionado sobre qual vai ser o sentido de voto dos deputados do PS tanto no que se refere ao nome indicado pelo PSD para a presidência da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, como pelo Chega para a vice-presidência, Diogo Pacheco de Amorim, Pedro Nuno Santos disse que essa questão não é relevante, porque ambos têm a votação assegurada.
“Nós teremos votações à tarde. Todos perceberão a vontade dos diferentes deputados em relação aos eleitos. A única coisa que nós podemos ao momentos constatar é que existe um entendimento entre o PSD e o Chega”, disse.
Esta segunda-feira, o líder do Chega, André Ventura, anunciou que o PSD iria viabilizar os candidatos do seu partido para a mesa do parlamento e indicou que, no seguimento dessa informação, iria transmitir aos seus deputados para apoiarem também os nomes dos sociais-democratas.
Já o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, afirmou hoje que a viabilização pelos sociais-democratas dos candidatos a vice-presidentes dos quatro maiores partidos, incluindo o Chega, “é o cumprimento da Constituição”.