Pedro Nuno considera que Governo não é competente nem de confiança

O líder socialista defendeu que “é na governação em concreto que se mede a competência de um Governo”, acrescentando: “em cada momento em que eles foram testados, falharam”.

Outubro 14, 2024

O secretário-geral do PS defendeu este domingo que, em seis meses de governação, o executivo demonstrou que é incompetente e “não é de confiança”, considerando que, “em cada momento em que foi testado, falhou”.

“Passaram seis meses, o suficiente para nós percebermos que temos um Governo que vende ilusões, que apresenta PowerPoints, muito distantes do que é a dificuldade de fazer, concretizar, governar”, declarou Pedro Nuno Santos num discurso no Congresso Federativo da Área Urbana de Lisboa (FAUL), que decorreu hoje no Centro de Congressos do Estoril.

O líder socialista defendeu que “é na governação em concreto que se mede a competência de um Governo”, acrescentando: “em cada momento em que eles foram testados, falharam”.

“Seis meses é pouco. O suficiente para sabermos que temos um Governo sem competência e um Governo que não é de confiança”, defendeu, salientando que foram seis meses para os quais muitos podem “continuar a dar o benefício da dúvida”, mas reiterando que foram suficientes para perceber que o Governo “não tem competência”.

Pedro Nuno Santos exemplificou várias áreas nas quais considerou que o Governo demonstrou incompetência, começando pelo anúncio pelo primeiro-ministro, em abril, de que ia fazer um corte no IRS de 1.500 milhões de euros”.

“Não faltou muito tempo para todos ficarmos a saber que, nos 1.500 milhões de euros que tinham sido anunciados ao país, 1.300 milhões tinham sido já decididos e inscritos no Orçamento do Estado pelo Governo do PS”, disse.

O líder do PS abordou depois o setor da habitação para frisar que o Governo “prometeu reduzir os preços da habitação através da isenção do IMT” e que o PS, na altura do anúncio dessa medida, tinha logo alertado que a medida “era errada, custava dinheiro” e iria criar um aumento no preço da habitação.

“Pois o que é que aconteceu? Bem mais rápido do que nós achámos, os preços voltaram a disparar e a engolir totalmente a isenção do IMT, que os municípios não vão receber, mas, mesmo que sejam compensados pelo Orçamento do Estado, perde o Orçamento do Estado e não há um jovem que tenha ganho com essa medida”, criticou, acrescentando que “o Governo é mau nas soluções que tem para resolver os problemas do país”.

Depois, Pedro Nuno Santos abordou o suplemento extraordinário para as pensões, salientando que o Governo o anunciou deixando que “se instalasse a ideia de que o anúncio que tinham feito na festa do Pontal era um aumento das pensões”.

“Rapidamente começámos a perceber que não era nenhum aumento das pensões, era um suplemento extraordinário para um mês sem repetição. E muitos pensionistas ainda não repararam e, quando chegarem a novembro, vão perceber que a sua pensão é exatamente igual à pensão de setembro. Este Governo não é de confiança”, afirmou.

O secretário-geral do PS abordou ainda os planos de emergência para a saúde e para a educação anunciados pelo executivo, salientando que, nas urgências de obstetrícia, houve este ano “40% mais de serviços encerrados” do que no anterior e, nas escolas, há “mais alunos sem professores”.

“Incompetentes”, criticou.

Neste discurso, Pedro Nuno Santos voltou a criticar o Orçamento do Estado apresentado pelo Governo, reiterando que “não é do PS”, é “mau pelo que tem, mas sobretudo pelo que não tem”, e voltou a abordar também as polémicas reuniões entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e os líderes do Chega e da Iniciativa Liberal, André Ventura e Rui Rocha.

O secretário-geral do PS defendeu que “a direita portuguesa é uma confusão” e “não se entende”, considerando que têm mostrado “um espetáculo vergonhoso”, e deixou críticas a Rui Rocha, ironizando que “aparenta saber o que aconteceu” nas reuniões em São Bento.

“Tratou de explicar o que é que não foi falado nas reuniões e quantas reuniões é que não houve. A Iniciativa Liberal já não é um partido. Está transformado numa guarda pretoriana do Governo e do primeiro-ministro”, criticou.

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