Para Pedro Nuno Santos, “isto obviamente é um sinal de incompetência por parte do Governo”, que preocupa os socialistas.
O líder do PS acusou hoje o Governo de uma “enorme trapalhada” em relação à presidência do INEM, considerando que a demissão do novo responsável uma semana depois de ter sido escolhido “é o espelho da incompetência” do executivo.
“Nós estamos a assistir a uma monumental trapalhada na gestão da resposta de emergência em Portugal. Isso gera insegurança em todos nós e é o espelho da incompetência do Governo”, respondeu Pedro Nuno Santos aos jornalistas quando questionado sobre a nomeação de Sérgio Dias Janeiro para a presidência do INEM, depois da anterior escolha, Vitor Almeida, ter recuado na decisão de aceitar o cargo.
De acordo com o líder do PS, “esta ministra da Saúde, este Governo já leva com duas demissões de presidentes do INEM em pouco tempo”.
“E este segundo presidente do INEM é uma escolha da ministra, é uma escolha do Governo e ao fim de uma semana demite-se”, disse.
Para Pedro Nuno Santos, “isto obviamente é um sinal de incompetência por parte do Governo”, que preocupa os socialistas.
“Todas as matérias obviamente nos preocupam, esta é de resposta de emergência que não se coaduna com a instabilidade e com a trapalhada a que está sujeita neste momento e por isso é com muita preocupação que assistimos a esta situação”, explicou.
Questionado sobre se o PS acompanhará os pedidos da IL e do Chega para uma audição urgente do ex-presidente do INEM Vítor Almeida, o líder socialista considerou importante apurar-se “o que é que aconteceu, quais são as motivações para alguém que foi nomeado em menos de uma semana pedir a demissão”.
“Eu imagino como seria se fosse o Governo do Partido Socialista. Esta é uma monumental trapalhada numa área onde não pode acontecer, onde tem que haver estabilidade, onde tem que haver segurança e por isso obviamente que é preocupante e os esclarecimentos são devidos”, disse.
O Ministério da Saúde nomeou o médico Sérgio Dias Janeiro para a presidência do INEM, depois de o anterior nomeado, Vitor Almeida, ter voltado atrás na decisão de aceitar o cargo, revelou hoje o Ministério.
Em comunicado, o Ministério da Saúde explica que “nos contactos com a tutela durante a última semana”, o médico anestesista Vítor Almeida “concluiu que não estavam reunidas as condições para assumir a presidência do INEM, por razões profissionais e face ao contexto atual do instituto”.
Na nota hoje divulgada, o Ministério da Saúde refere que, perante o recuo de Vitor Almeida, decidiu nomear o médico Sérgio Agostinho Dias Janeiro, em regime de substituição por 60 dias, por vacatura do cargo.
O ministério adianta que será agora aberto um concurso junto da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).
Vítor Almeida tinha sido nomeado no dia 04 de julho para a presidência do INEM, depois de Luís Meira se ter demitido do cargo na sequência da polémica com o concurso dos helicópteros de emergência médica.
Luís Meira demitiu-se no dia 01 de julho na sequência de uma troca de acusações sobre o concurso para o serviço de transporte aéreo de doentes.
Na véspera, o Ministério da Saúde tinha criticado o INEM por ter deixado terminar o prazo para o lançamento do concurso público internacional para aquisição de helicópteros, obrigando a novo ajuste direto.
Em resposta, o INEM garantiu que iria “assegurar a continuidade do serviço de helicópteros de emergência médica através de um novo contrato estabelecido com o atual operador, dentro do valor autorizado pelo anterior Governo em outubro de 2023”.