O Brasil fez história ao alcançar o bronze, o primeiro pódio coletivo da nação e da América do Sul.
Os Estados Unidos recuperaram, nos Jogos Paris2024, o ouro no concurso por equipas na ginástica artística feminina, num dia em que Simone Biles conseguiu a sua oitava medalha olímpica, e no qual o Brasil fez história.
Apontadas como grandes favoritas, as norte-americanas não desiludiram e fecharam o concurso, que lideraram desde o início, com 171,296 pontos, deixando a Itália a 5,802 pontos, com a prata, que só tinha sido conseguida pela ginástica transalpina feminina nos Jogos Amesterdão1928.
O Brasil, sob a batuta de Rebeca Andrade, que em Tóquio2020 se tornou a primeira ginasta do país a conseguir medalhas olímpicas, fez história ao alcançar o bronze (164,497), o primeiro pódio coletivo da nação e da América do Sul.
A Grã-Bretanha ainda sonhou com a revalidação do bronze conseguido em Tóquio2020, atrás dos Rússia e EUA, mas acabou na quarta posição, com 164,263, depois de ter entrado para a última rotação no terceiro lugar.
O Canadá fechou o concurso na quinta posição, à frente da China, que “se afundou” após as duas primeiras rotações, e foi sexta, da Roménia e do Japão, sétimo e oitavo classificados, respetivamente.
Simone Biles, que conseguiu a sua oitava medalha olímpica, a quinta de ouro, liderou a equipa norte-americana, na qual Jordan Chiles, tal como a texana, competiu nos quatros aparelhos.
Na Arena Bercy, Biles, a “líder” da equipa olímpica que, além de Chiles, juntou Sunisa Lee, Jade Carey, e Hezly Rivera, somou 14,900 pontos no salto — onde não executou o seu Biles II, mas brilhou no Cheng -, 14,400 nas paralelas, 14,366 na trave, e 14,666 no solo.
Simone Biles, “dona” de 23 títulos mundiais, não foi a melhor norte-americana nas paralelas e na trave, onde Sunisa Lee pontuou 14,566, e 14,600, respetivamente, mas demonstrou grande consistência, que deixa antever a conquista de mais medalhas, no concurso completo individual (“all-around”), no qual também participará a portuguesa Filipa Martins, e nas finais por aparelhos.
A Itália voltou ao pódio quase 100 anos depois de Amesterdão1928, e apenas quatro meses depois de ter conseguido o título europeu, com Manila Esposito e Alice D”Amato a estarem em destaque.
O dia, que marcou a conquista do quarto título olímpico para os EUA, depois de Atlanta1996, Londres2012 e Rio2016, foi de festa para o Brasil, que conseguiu o primeiro pódio coletivo da modalidade, comandado por Rebeca Andrade.
A atual campeã olímpica de salto e vice-campeã de “all-around” foi a única ginasta do concurso a ultrapassar os 15,000 pontos, obtendo 15,100 no salto.
Com a perna esquerda ligada, devido a um desconforto no gémeo, e perante uma Arena Bercy lotada e com figuras ilustres como Nicole Kidman, Bill Gates, Serena Williams, e a antiga ginasta Nadia Comaneci, Biles voltou ao ouro olímpico, que não conseguiu em Tóquio2020, competição da qual se afastou a meio invocando questões de saúde mental.
Tetracampeã olímpica no Rio2016, onde também conseguiu um bronze, Biles saiu de Tóquio com “apenas” uma prata e um bronze, palmarés que aumentou hoje e que poderá crescer ainda mais em Paris.