Ordem dos Enfermeiros apresenta 16 propostas para plano de emergência

A Ordem dos Enfermeiros manifesta-se preocupada com a falta de 14 mil enfermeiros.

Abril 22, 2024

A Ordem dos Enfermeiros (OE) apresentou hoje 16 propostas à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, para serem integradas no plano de emergência do Governo para o setor, manifestando-se preocupada com a falta de 14 mil enfermeiros.

“Deixámos 16 propostas à ministra [da Saúde] para o plano de emergência que estará a ser elaborado. Grande parte destas medidas assenta na questão do acesso e na melhoria do acesso dos cuidados. Hoje, os enfermeiros têm um conjunto de competências que podem ser colocadas ao serviço do país e, portanto, deixámos essas propostas”, disse o bastonário da OE, Luís Filipe Barreira.

Falando aos jornalistas à saída de uma reunião no Ministério da Saúde, Luís Filipe Barreira revelou que Ana Paula Martins garantiu que a questão da valorização da carreira ficará “em termos de plano de motivação e plano de emergência que vai elaborar e que vai apresentar brevemente”.

Segundo Luís Filipe Barreira, a governante irá reunir-se com os sindicatos para discutir a carreira dos enfermeiros e as condições salariais.

Questionado sobre os 14 mil profissionais em falta, o bastonário referiu que “ainda não há medidas concretas”.

“Aquilo que mais nos preocupa neste momento são os colegas que estão no sistema e que vão ser despedidos. E nós pedimos medidas urgentes”, afirmou, explicando que o plano de emergência do Governo será apresentando às ordens profissionais, que “irão assinar também um conjunto de propostas relacionadas com a profissão num prazo de 60 dias”.

Luís Filipe Barreira lembrou que a OE tem feito várias visitas de acompanhamento às unidades locais de saúde (ULS), dizendo que os conselhos de administração têm revelado “muitos enfermeiros em condições precárias”.

Todavia, o bastonário alertou que muitos enfermeiros com contratos no âmbito da pandemia que vão terminar “não têm”, da parte da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e do Ministério da Saúde, “nenhuma resposta”.

“Temos, por exemplo, a ULS do Tâmega e Sousa, 35 enfermeiros que vão ser despedidos agora em junho, porque não conseguem esta reconfiguração dos contratos de trabalho”, lamentou.

“A ministra demonstrou que tem vontade para resolver a situação, mas precisamos de medidas concretas, principalmente neste caso dos colegas [da ULS do Tâmega e Sousa], (…) destes contratos que estão a terminar e que precisam de serem contratados para as instituições. Nós hoje já temos uma carência [de profissionais]. Se vamos deixar que estes enfermeiros sejam despedidos, vai piorar naturalmente a situação”, acrescentou.

A equipa do ministério da Saúde iniciou hoje um conjunto de reuniões com as ordens profissionais do setor, numa semana marcada também pelo arranque das negociações com os sindicatos.

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