A Comissão Política do PS aprovou por unanimidade a decisão de o partido se abster na votação do Orçamento do Estado para 2025.
A proposta do líder do PS, Pedro Nuno Santos, para a viabilização, através da abstenção, do Orçamento do Estado para 2025 foi hoje aprovada por unanimidade pela Comissão Política Nacional do PS, adiantou à Lusa fonte oficial.
Esta votação aconteceu no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que decorreu na noite de segunda-feira, na sede do PS, e terminou já depois das 01:30.
Ao longo cerca de quatro horas, os membros deste órgão partidário fizeram dezenas de intervenções sobre este ponto único da ordem de trabalhos, numa reunião que começou e terminou com discursos de Pedro Nuno Santos.
Fontes socialistas adiantaram à Lusa que o secretário-geral do PS defendeu dentro da reunião que a negociação do Orçamento do Estado permitiu diminuir um dano que o Governo ia impor ao país, considerando que os socialistas têm que fazer uma “oposição dura” e “apresentar uma verdadeira alternativa”.
Pedro Nuno Santos defendeu que a negociação com o Governo, que terminou sem um acordo, permitiu “diminuir o dano que o Governo ia impor ao país”, justificando o facto de ter negociado porque, para si, seria impensável “cheques em branco” ou dar um “salvo-conduto” ao executivo de Luís Montenegro para “fazer o orçamento que quisesse”.
O líder do PS disse não duvidar de que o PS fez bem em negociar com o Governo e considerou que sem acordo os socialistas estão descomprometidos com o orçamento, “mas comprometidos com o saldo orçamental”.
Já José Luís Carneiro, que disputou a liderança socialista com Pedro Nuno Santos, considerou que o líder do PS mostrou responsabilidade na posição sobre o orçamento e o partido foi a “solução para mais um impasse político”, disseram fontes socialistas à Lusa.
À saída da reunião foi ao presidente do PS, Carlos César, que coube falar aos jornalistas, tendo admitido que custa aos socialistas viabilizar este orçamento porque não gostam da proposta nem confiam no Governo, explicando que a decisão foi colocar o interesse nacional acima do interesse partidário.
O líder do PS anunciou a semana passada que ia propor à Comissão Política Nacional de hoje que o partido optasse pela abstenção, quer na generalidade quer na votação final global, o que na prática significa que o primeiro orçamento do Governo liderado pelo social-democrata Luís Montenegro será viabilizado.