O líder da Iniciativa Liberal (IL) reiterou que os sinais que tem recebido deste Orçamento são de “falta de ambição e de falta de energia para mudar o país”, pelo que a posição do partido “não é positiva” relativamente ao documento que vai ser apresentado.
O líder da IL anunciou hoje que não vai votar a favor do Orçamento do Estado, e está inclinado para votar contra, mas disse esperar para conhecer o documento e ver quais foram as suas propostas que foram acolhidas.
“Há um cenário que, neste momento, face ao que conhecemos, nos parece absolutamente evidente: é que não votaremos a favor deste Orçamento. Já veremos como é que nos posicionamos em função da discussão que viermos a ter nos próximos dias”, afirmou Rui Rocha em conferência de imprensa em Lisboa.
O líder da Iniciativa Liberal (IL) reiterou que os sinais que tem recebido deste Orçamento são de “falta de ambição e de falta de energia para mudar o país”, pelo que a posição do partido “não é positiva” relativamente ao documento que vai ser apresentado.
No entanto, Rui Rocha salientou que, apesar de ainda não se conhecer o documento e não querer definir já um sentido de voto, a IL tem uma visão para o IRC “muito mais agressiva do que aquela que consta do programa da AD e destas negociações” e, apesar de “não ter nada contra” um IRS mais baixo para os jovens, acha que o imposto deve ser “mais baixo para todos”.
“Portanto, olhando para aquilo que foi discutido, eu acho que há algo que é evidente nesta altura: é que nós, a favor, não votaremos”, reforçou.
Questionado se um orçamento que preveja apenas 1% de descida no IRC e não abra portas a descidas desse imposto nos próximos anos mereceria o chumbo da IL, Rui Rocha disse não perceber como é que numa discussão orçamental “alguém pode limitar aquilo que vai discutir-se em orçamentos futuros”.
“Não faz nenhum sentido e isso dá uma indicação negativa sobre o voto que a IL pode ter”, apesar de salientar que não se quer comprometer “imediatamente com uma abstenção ou um voto contra”, porque pretende analisar o documento e perceber, de entre as propostas que a IL tem apresentado, “quais são acolhidas e quais não são”.
“Mas, com toda a sinceridade, a perspetiva que temos neste momento sobre o Orçamento é negativa e, portanto, estamos mais para votar contra do que para outro sentido de voto, mas não quer dizer que isto seja definitivo”, frisou.
Rui Rocha aproveitou ainda para criticar a postura do PS e do Chega nestas negociações orçamentais, considerando “curioso o momento que se vive”.
“É que o PS, em termos de Orçamento, anda à procura de pretextos para votar contra um Orçamento que podia muito bem ser socialista e o Chega anda à procura de pretextos para votar a favor de um Orçamento que poderia muito bem ser socialista. Acho que é uma enorme ironia do momento que vivemos”, disse.
Nesta conferência de imprensa, Rui Rocha foi ainda questionado sobre as declarações na terça-feira do primeiro-ministro, Luís Montenegro, relativamente à possibilidade de coligações pré-eleitorais nas autárquicas entre o PSD e a IL.
Na resposta, o líder da IL disse que o partido “está sempre aberto a discutir e a avaliar cenários”, mas é “muito exigente e não prescinde dos seus princípios”, acrescentando que atualmente se está “na novela orçamental e não vale a pena alimentar outras novelas”.
Questionado se não põe de parte essas coligações, Rui Rocha respondeu: “À partida não, mas também devo dizer que não há nenhum caminho feito nessa matéria”.
“Até porque na IL nós respeitamos, seja para Lisboa, seja para a generalidade do país, o princípio de autonomia dos nossos núcleos territoriais e, portanto, não há nenhuma decisão que não envolva os núcleos territoriais. É ainda muito cedo para termos qualquer tipo de decisão em qualquer sentido nesta altura”, afirmou.