A nova estação será subterrânea, terá plataformas de mais de 400 metros de comprimento e será construída a cerca de 60 metros de profundidade, estando prevista a construção de dois edifícios de passageiros.
A estação de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, integrada no projeto de alta velocidade Porto-Lisboa, terá plataformas de mais de 400 metros de comprimento e será construída a cerca de 60 metros de profundidade, foi hoje descrito.
“Será a estação de maior complexidade que fizemos em Portugal”, disse o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) na apresentação do Plano de Pormenor Estação de Gaia – Santo Ovídio – Projeto de Alta Velocidade Porto-Lisboa que esta manhã decorre em Vila Nova de Gaia.
A nova estação será subterrânea, terá plataformas de mais de 400 metros de comprimento e será construída a cerca de 60 metros de profundidade, estando prevista a construção de dois edifícios de passageiros.
A estação terá ligação às linhas do metro Amarela (Hospital São João-Santo Ovídio, estando em construção o prolongamento a Vila D”Este) e Rubi (em construção para ligar Casa da Música, Campo Alegre, Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio), bem como a autocarros.
Na apresentação, Carlos Fernandes e o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, explicaram o porquê de ter sido incluído no projeto esta nova estação, com o vice-presidente da IP a lembrar que “se todos os passageiros que pretendem chegar à Área Metropolitana do Porto (AMP) saíssem em Campanhã, o escoamento seria difícil”.
No projeto original, feito na primeira década do século XXI, a última paragem antes de Campanhã, no Porto, era em Aveiro, mas “a reconfiguração da AMP nas últimas décadas permitiu mostrar que haverá sempre constrangimentos nas travessias”, disse o autarca Eduardo Vítor Rodrigues.
“Estamos aqui hoje porque existe uma necessidade técnica, justificada tecnicamente, de fazer uma estação em Vila Nova de Gaia. A estação de Vila Nova de Gaia não é um emblema. O que se quis fazer foi contribuir para melhor mobilidade”, referiu o autarca.
Sobre o projeto de alta velocidade, Eduardo Vítor Rodrigues considerou que “é a obra mais importante do país”.
“Do meu ponto de vista não é sequer o novo aeroporto [a obra mais importante]. Verdadeiramente o que vai trazer coesão ao país é a ferrovia”, referiu.
A linha de alta velocidade deverá ligar Porto e Lisboa em cerca de uma hora e 15 minutos.
O concurso público para o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase foi lançado em janeiro, e o do lote dois (Oiã-Soure) deverá ser lançado em junho.
As primeiras propostas também deverão começar a chegar em julho, apontou hoje Carlos Fernandes.
A fase 3 (Soure-Carregado) deverá ser lançada em 2026.
Prevê-se a realização de 60 serviços por dia e por sentido, dos quais 17 serão diretos, nove com paragens nas cidades intermédias (Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia, e 34 serviços mistos (com ligação à rede convencional).
O projeto prevê transportar 16 milhões de passageiros por ano na nova linha e na atual Linha do Norte, dos quais cerca de um milhão que atualmente fazem a viagem de avião.
Paralelamente, está também a ser projetada a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), com estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).
Sobre este projeto, Carlos Fernandes disse que está em fase de estudos prévios e de impacto ambiental, esperando-se que a Fase 1 seja lançada em julho de 2026 e a construção comece em 2027.
No total, segundo o anterior Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.