Na terça-feira, António Costa anunciou que deu instruções ao seu advogado para apresentar um requerimento que lhe permita ser ouvido “com a maior celeridade” pela justiça para “esclarecer qualquer dúvida” ou suspeita.
A Procuradoria-Geral da República confirmou hoje que o Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça já recebeu o pedido do ex-primeiro-ministro António Costa para ser ouvido o mais brevemente possível no processo Operação Influencer.
“Confirma-se a receção do requerimento nos serviços do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça (STJ)”, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR) em resposta à Lusa sobre se o Ministério Público (MP) já tinha recebido o pedido do advogado do ex-primeiro-ministro a pedir para que António Costa seja ouvido o mais rapidamente possível no âmbito do caso Influencer.
Na terça-feira, António Costa anunciou que deu instruções ao seu advogado para apresentar um requerimento que lhe permita ser ouvido “com a maior celeridade” pela justiça para “esclarecer qualquer dúvida” ou suspeita.
“Constituí advogado e dei instruções ao advogado para hoje mesmo apresentar um requerimento junto do senhor coordenador do MP no STJ para que, com a maior celeridade possível possam proceder à minha audição para se esclarecer qualquer dúvida que tenham sobre a suspeita que tenham porque não há nada pior que haver uma suspeita e ela não ser esclarecida”, disse António Costa à saída da tomada de posse do novo Governo de Luís Montenegro.
Manifestando-se “totalmente disponível para colaborar com a justiça”, o ex-primeiro-ministro reiterou que, tal como disse quando apresentou a sua demissão, “quem está sujeito a uma suspeição pública” como aquela que existia sobre si “deve preservar as instituições”.
A legislatura anterior foi interrompida na sequência da demissão de António Costa, após ter sido divulgado que era alvo de um inquérito instaurado no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça após ter siso extraída uma certidão do processo-crime Operação Influencer.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou a demissão e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições, que se efetuaram em 10 de março, dando a maioria ao PSD/CDS-PP/PPM.
A Operação Influencer levou na altura à detenção de Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Diogo Lacerda Machado (consultor e amigo de António Costa), dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial.
Existem ainda outros arguidos, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a Start Campus.
O caso está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.