O presidente do PSD acusou o PS de governar com “a maior carga fiscal de sempre para devolver serviços públicos cada vez a funcionar pior”.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, prometeu hoje “ambição reformista com responsabilidade orçamental e justiça social”, para colocar a economia portuguesa “a crescer como as melhores da Europa” e reduzir a pobreza.
“Estou aqui para vos apresentar a mudança”, declarou Luís Montenegro, na sessão de apresentação do programa eleitoral da Aliança Democrática (AD), coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.
Na primeira parte da sua intervenção, o presidente da AD descreveu Portugal como um país “a cair para a cauda da Europa”, com “baixos salários e baixas pensões” e “dramática emigração de jovens qualificados” e que “abandona milhões à pobreza, à exclusão e a desigualdades persistentes”.
“Na AD queremos virar a página do desânimo e do desespero e abrir um tempo de esperança e um tempo de confiança”, afirmou Luís Montenegro, que chegou a esta sessão acompanhado pelo presidente do CDS-PP, Nuno Melo.
Segundo o presidente do PSD, “o programa eleitoral da AD oferece aos portugueses uma combinação única de ambição reformista com responsabilidade orçamental e justiça social” que permitirá “criar uma economia produtiva e competitiva a crescer como as melhores da Europa e que seja capaz de gerar melhores empregos que paguem melhores salários e sustentem pensões mais baixas”.
“Propomos baixar os impostos, sobretudo sobre o rendimento do trabalho da classe média e dos jovens, e depois também sobre a atividade das empresas — mas sempre com equilíbrio orçamental”, realçou.
Logo no início do seu discurso, Luís Montenegro já tinha salientado a preocupação com as “boas contas”, sustentando que o programa eleitoral da AD tem como base um “cenário macroeconómico e orçamental robusto que combina ambição com realismo e prudência”.
O presidente do PSD acusou o PS de governar com “a maior carga fiscal de sempre para devolver serviços públicos cada vez a funcionar pior”.
A AD quer “salvar os serviços públicos, mas sobretudo garantir que todos os portugueses têm mesmo uma resposta no tempo e com a qualidade que merecem na saúde, na educação, na habitação, nos transportes, na justiça e na segurança” e “reduzir a pobreza mesmo antes da aplicação de prestações sociais”, acrescentou.
Entre os objetivos da AD, incluiu também “aumentar as qualificações dos portugueses com exigência e com rigor”, “valorizar e premiar o trabalho, o mérito e a produtividade” e ter “um país tolerante, aberto e solidário”, com “mais liberdade económica, política e cultural”, sem esquecer “a sustentabilidade ambiental”.
Se formar Governo na sequência das legislativas de 10 de março, o presidente do PSD comprometeu-se a “ter uma governação séria, transparente, que combate a corrupção, com instituições credíveis e uma sociedade civil forte”.
Luís Montenegro referiu que o programa eleitoral com que se apresentará às eleições legislativas antecipadas de 10 de março estava a ser preparado dentro do PSD há “ano e meio”.
Como coordenadores desse trabalho interno, destacou Pedro Duarte, António Leitão Amaro, Joaquim Miranda Sarmento e Pedro Reis, acrescentando que o dirigente do CDS-PP Paulo Núncio “se juntou nas últimas semanas” à preparação do documento hoje apresentado.