Montenegro garantiu a Von der Leyen não haver “nenhuma razão” para preocupação

O responsável garantiu ainda ter assegurado “toda a participação de Portugal na UE”.

Março 21, 2024

O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, garantiu hoje à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não existir qualquer motivo para preocupação com a estabilidade política do país, prometendo “responsabilidade” face à União Europeia (UE).

“Não há nenhuma razão para colocar em causa a estabilidade do país, a estabilidade de uma solução de Governo, que, embora não disponha de maioria absoluta na Assembleia da República, dispõe da confiança dos eleitores”, salientou Luís Montenegro.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas após uma reunião de cerca de 15 minutos com Ursula von der Leyen, a líder da instituição e também cabeça de lista do Partido Popular Europeu (PPE) às eleições europeias, o presidente do PSD salientou: “Não há nenhuma razão, nem interna nem externa, para se duvidar da capacidade de um Governo estável, que cumpra com responsabilidade todos os seus compromissos com os eleitores portugueses, aqueles que fizeram uma escolha de mudança no dia 10 de março, e também com as instituições internacionais, à cabeça das quais está a UE”.

“Tive ocasião de lhe explicar o contexto em que fui indigitado primeiro-ministro e estou, neste momento, empenhado em apresentar ao senhor Presidente da República uma proposta de composição do Governo”, adiantou Luís Montenegro.

Neste curto encontro com Ursula von der Leyen, o primeiro ato oficial após a indigitação do Presidente da República, Luís Montenegro partilhou “alguns dos pontos de vista que [o] preocupam e motivam também em termos de governação para os próximos tempos”, segundo indicou aos jornalistas.

O responsável garantiu ainda ter assegurado “toda a participação de Portugal na UE”.

“Não temos nenhuma dúvida sobre o papel que nos cabe desempenhar no seio da União, da construção de uma Europa mais unida, mais coesa do ponto de vista social, com a capacidade de dar aos cidadãos a maior qualidade de vida, de ter um crescimento económico que garanta também que o Estado social não é posto em causa, com a abordagem de outros temas que são importantes do ponto de vista hoje, do apoio à Ucrânia [face à invasão russa], que também é sempre encarámos sem nenhum tipo de reserva”, adiantou.

Questionado sobre as primeiras medidas a adotar ou a composição do seu futuro Executivo, Luís Montenegro escusou-se a precisar.

O primeiro-ministro indigitado está em Bruxelas para participar na cimeira do PPE. Após um encontro com o primeiro-ministro cessante, António Costa, para troca de cumprimentos, Luís Montenegro vai encontrar-se mais tarde, com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também do PPE.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitou hoje Luís Montenegro como primeiro-ministro, durante uma audiência que decorreu já depois da meia noite.

O 19.º presidente do PSD vai assumir a liderança do Governo — nove anos depois de o partido ter deixado o poder, em 2015 — sem ter tido experiência executiva, embora já tenha dito publicamente que recusou por três vezes ocupar cargos no Governo (com Santana Lopes e duas com Passos Coelho) por razões familiares.

Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves, 51 anos, nasceu no Porto, mas viveu sempre em Espinho (Aveiro) e é advogado de profissão.

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