“É grave mas não passa de Mentira e Desespero”, acrescentou o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu hoje que “nunca o Governo propôs um acordo ao Chega”, e acusou André Ventura de mentir.
“Nunca o Governo propôs um acordo ao Chega. O que acaba de ser dito pelo Presidente desse partido é simplesmente mentira”, escreveu Luís Montenegro, na rede social X, numa resposta à entrevista do presidente do Chega, André Ventura, à TVI/CNN, recorrendo a maiúsculas para frisar a palavra “mentira”.
“É grave mas não passa de Mentira e Desespero”, acrescentou o primeiro-ministro.
O presidente do Chega, André Ventura, disse hoje que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, lhe propôs em privado um acordo com vista à aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano, que admitia que pudesse integrar o Governo.
“O primeiro-ministro mentiu”, acusou hoje o líder do Chega, em entrevista à TVI/CNN Portugal, referindo que na terça-feira Luís Montenegro “disse que o Chega não era um parceiro confiável, que ele nunca contou com o Chega e que o Chega foi arredado das negociações”.
De acordo com André Ventura, “isto é falso, o primeiro-ministro negociou com o Chega, quis negociar com o Chega” e propôs “um acordo para este ano”, admitindo “que mais para a frente o Chega viesse a integrar o Governo”.
O presidente do Chega disse que esta proposta lhe foi apresentada no encontro que os dois tiveram em 23 de setembro.
“Mas já tínhamos falado disso também, antes do verão”, indicou.
Ventura disse também que recusou esta proposta porque só aceitaria um acordo para a legislatura.
Na terça-feira, em entrevista à SIC, o primeiro-ministro afastou qualquer negociação com o Chega para o OE2025 dizendo que o partido liderado por André Ventura se comportou “como um catavento”.
Questionado sobre a posição do Chega, caso o PS opte por votar contra (caso em que só o voto favorável do partido de Ventura poderia viabilizar o documento), Montenegro respondeu que os deputados deste partido a farão “aquilo que entenderem”.
“Questão diferente é haver qualquer negociação entre o Governo e o Chega, porque isso está afastado de todo. Isso não vai acontecer, não é possível haver um diálogo produtivo com quem muda de opinião tantas vezes, com quem se transformou num catavento nesta discussão do Orçamento do Estado e, portanto, não se apresentou à altura sequer de poder negociar com o Governo”, afirmou.
Questionado se, mesmo sem negociação, o Chega viabilizar o documento, Montenegro respondeu então: “Eu sou franco, se eventualmente acontecesse essa possibilidade, isso não incomodaria minimamente o Governo. O Governo precisa do Orçamento para poder executar o seu programa”, disse, embora acrescentando que “ficava à mostra um jogo” que ninguém compreendeu.