Montenegro desafia PS e Chega a dizerem se querem fazer “um governo alternativo” 

Montenegro considerou que a próxima campanha será uma oportunidade para fazer essa clarificação.

Abril 29, 2024

O presidente do PSD e primeiro-ministro desafiou este domingo os líderes do PS e do Chega a dizerem se querem fazer “um governo alternativo” e “legislar em conjunto”, considerando que tal tem de ser assumido “olhos nos olhos” perante os portugueses.

Na sessão de encerramento da Universidade Europa, Luís Montenegro referiu-se à aprovação, na semana passada, na generalidade das propostas do PS, BE e PCP sobre o IRS, com a proposta do Governo a acabar por baixar à especialidade sem votação, tal com as do Chega e IL, numa altura em que a sua aprovação parecia estar em causa.

“Se acontecer o que parece ser um sinal da primeira semana, e a ideia do PS e do Chega é simularem uma oposição ao Governo fazendo um governo alternativo, então vão ter de assumir isso olhos nos olhos dos portugueses”, desafiou.

Montenegro considerou que a próxima campanha será uma oportunidade para fazer essa clarificação.

“Eu fui fustigado na última campanha para dizer qual a política de alianças que tinha para Portugal e cumpri, nunca ouvi os líderes do PS e do Chega dizerem que iam legislar em conjunto na Assembleia da República, aproveitem esta campanha para deixar isso bem claro”, afirmou.

Montenegro defendeu que a oposição pode apresentar as suas propostas ou até recomendar alterações aos diplomas do Governo, mas tem “a responsabilidade de não bloquear, nem adulterar” os diplomas do executivo.

“O PS era contra a nossa proposta, agora copiou-a, aditivando-a. Mas parece que PS e Chega querem aprovar uma descida do IRS no parlamento diferente da do Governo. Ora, isso é governar, isso é substituir-se ao governo. Se o PS e o Chega quiserem governar em vez do Governo então têm se de juntar a sério, e é isso que têm de dizer ao país”, afirmou.

O presidente do PSD disse querer centrar a campanha na escolha do próximo Parlamento Europeu — recomendando até aos eleitores que não votem por “causas específicas” -, mas avisou que a AD não será “indiferente à realidade”.

“Isto não é uma desforra das legislativas, mas é uma oportunidade para todos mostrarmos a nossa coerência e o que verdadeiramente queremos para o país”, disse.

Na apresentação dos candidatos da AD às europeias de 09 de junho, Montenegro deixou um desabafo sobre as primeiras semanas de governação, que projetou para a próxima campanha.

“Vamos para esta campanha fazer o que estamos a fazer no Governo: é notável, eu estou mesmo a gostar muito de governar, e estou a gostar muito da reação ao nosso governo. A grande crítica que fazem ao primeiro-ministro e ao novo governo é que nós cumprimos aquilo que prometemos”, ironizou.

Montenegro defendeu que, dos partidos com maior representatividade, a coligação AD será a única “que não terá problemas de coerência” na campanha das europeias, numa nova crítica a PS e Chega.

“Vamos poder dizer nesta campanha o que dissemos na passada e na Europa o que dizemos em Portugal. O PS vai ter muita dificuldade em dizer porque é que em Portugal aceita ter uma visão de governo e partilhar o governo com partidos que não confiam na União Europeia e na NATO”, disse.

Também o Chega, considerou, “vai ter de explicar porque é que anda de braço dado na Europa com partidos franceses, italianos, alemães que defendem o regime russo de Putin”.

O presidente do PSD voltou hoje a justificar a escolha de Sebastião Bugalho para cabeça de lista da AD — pela “juventude, arrojo, mérito” -, e com uma indireta à cabeça de lista do PS.

“Estamos a ser coerentes, mais uma vez, não fomos buscar um membro do Governo que despedimos lá atrás”, disse, numa referência a Marta Temido, que apresentou a demissão do executivo liderado por António Costa em agosto de 2022.

Na mesma linha, também o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, elogiou Sebastião Bugalho como “um dos jovens mais talentosos do firmamento mediático e político”.

“Desde que aceitou encabeçar a lista da AD, passou a ser um dos mais atacados. É o melhor dos sinais, estes ataques acontecem porque Sebastião Bugalho é temido”, disse Melo, num aparente trocadilho com o nome da candidata do PS, que provocou alguns risos na assistência.

Na iniciativa, marcaram presença nesta apresentação a maioria dos candidatos efetivos e suplentes da AD, os ministros Paulo Rangel e Pedro Duarte, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, e deputados e dirigentes dos dois partidos.

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