Montenegro acredita que nomeação de Costa fica resolvida esta segunda-feira

Num momento em que se fala do nome de António Costa para o Conselho Europeu, Luís Montenegro pediu que se evite “um impasse”.

Junho 17, 2024

O primeiro-ministro disse esperar ainda esta segunda-feira um acordo de princípio sobre as nomeações para cargos de topo da União Europeia no próximo mandato, num momento em que se fala do nome de António Costa para o Conselho Europeu, pedindo que se evite “um impasse”. Montenegro defendeu ainda que, além de ser português, as ideias políticas do antigo primeiro-ministro fazem com que se possa ter mais confiança em Costa “do que num socialista alemão, ou um socialista espanhol, ou num socialista maltês ou num socialista dinamarquês”, pelo menos, no que são potenciais candidatos.

“A minha perspetiva é que será possível hoje darmos o primeiro passo e que será possível no Conselho formal — porque este é informal — de 27 e 28 [de junho] chegarmos a um entendimento final para tomarmos as decisões que temos de tomar no Conselho Europeu e, depois, apresentar as propostas que também têm de ser votadas no Parlamento Europeu”, declarou o chefe de Governo, Luís Montenegro, em Bruxelas.

Falando à chegada ao jantar informal de líderes da União Europeia (UE), centrado nas discussões sobre os cargos de topo das instituições comunitárias no próximo ciclo institucional, Luís Montenegro admitiu que esta “é uma perspetiva positiva”, mas insistiu esperar “um acordo de princípio hoje e […] um acordo final na próxima reunião, já no final da próxima semana”.

“Parece-me que é importante que a Europa e, numa altura em que a instabilidade no mundo, numa altura em que a Europa está em guerra, numa altura em que os desafios do alargamento da competitividade económica, da salvaguarda de direitos fundamentais das pessoas, das políticas migratórias, das políticas sociais que nesta altura não se entre num impasse naquilo que é a designação dos mais altos responsáveis das instituições europeias”, argumentou Luís Montenegro.

“É a minha perspetiva e creio que é aquilo que é o que melhor salvaguarda e defende os interesses da Europa e também de Portugal”, assinalou.

Sobre António Costa, Luís Montenegro apontou que o ex-primeiro-ministro “tem posições políticas que fazem com que, para além de ser português, se possa ter mais confiança nele do que num socialista alemão, ou um socialista espanhol, ou num socialista maltês ou num socialista dinamarquês, pelo menos daqueles que foram apresentados até agora como potenciais candidatos”.

“Aquilo que é a minha expectativa é que se a família socialista europeia escolher o doutor António Costa como o candidato a ocupar um elevado cargo, que no caso daquilo que se vai perspetivando e desenhando poderá ser a presidência do Conselho Europeu, se essa candidatura for assumida pela família socialista, estou convencido que ela terá sucesso e, como já tive ocasião de dizer, da parte do Governo português, haverá todo o empenho em poder sustentá-la e apoiá-la”, adiantou.

O Conselho Europeu começa esta segunda-feira um debate sobre os cargos de topo da União Europeia, que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia no final do mês, discutindo-se o nome de António Costa para a liderança da instituição.

Ainda nas declarações aos jornalistas, Montenegro refutou as críticas sobre o apoio do Governo a António Costa para a presidência do Conselho Europeu, defendendo que, em matérias europeias, sempre houve uma “grande confluência” entre PSD e PS. “Os portugueses sabem, em primeiro lugar, que do ponto de vista do processo de construção europeia há uma grande confluência, não uma total confluência, de posições entre o PSD e o PS, tradicionalmente, nesse objetivo e nesse compromisso com a União Europeia [UE]”.

O primeiro-ministro reiterou que “não há nenhum tipo de reserva, nem nenhum tipo de dúvida” sobre o apoio do Governo da AD a uma candidatura de António Costa para a presidência do Conselho Europeu. Face às críticas da IL e do Chega sobre a posição do executivo, o primeiro-ministro disse que a posição do Governo “não é de nacionalidade”.

“Também é, não vamos escondê-lo, mas é naturalmente das garantias que nós pretendemos que o coordenador das reuniões do Conselho Europeu possa ter para nos próximos anos podermos ter pontes entre as várias famílias políticas e Estados-membros”, respondeu.

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