Questionado se a recuperação do tempo de serviço dos professores podia ser um desses entendimentos, o ainda ministro da Educação disse que sim, sendo “um ponto comum”.
O ministro da Educação cessante, João Costa, admitiu hoje que “há pontos convergentes” entre os programas eleitorais do PS e da Aliança Democrática (AD) e que um dos possíveis entendimentos poderá passar pela recuperação do tempo de serviço dos professores.
Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de apresentação da nova campanha “Portugal Chama 2024-2026”, João Costa, que falou enquantou militante socialista, afirmou que “há pontos convergentes entre os programas da AD e do PS”, considerando ser “possível entendimentos e momentos de acordo” na legislatura que se segue.
Questionado se a recuperação do tempo de serviço dos professores podia ser um desses entendimentos, o ainda ministro da Educação disse que sim, sendo “um ponto comum”.
A recuperação do tempo de serviço dos professores foi a principal reivindicação dos docentes na última legislatura, o que levou a várias greves e manifestações.
Questionado sobre se não haverá uma contradição sobre o PS não ter disponibilizado o dinheiro para esta recuperação durante a última legislatura, o ministro recordou que a prioridade passou pela vinculação de 22.500 professores.
João Costa disse também que o PS “não pode entregar a oposição ao Chega” e não deve anular-se “enquanto principal partido da oposição”, o que seria “muito mau para a democracia”.
“Seria ter uma oposição única entre ter partidos democráticos por um lado e aquilo que é um partido populista e antissistema”, precisou, relembrando a atitude dos 12 deputados do Chega nos últimos dois anos, que considerou ter sido “bastante indigna”.
Nesse sentido, afirmou temer “o pior” sobre o futuro na Assembleia da República com 48 deputados do Chega.
A AD, que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).
A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.
Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.