A ministra da Justiça explicou que a fuga dos cinco reclusos, “demorou seis minutos” e só foi detetada cerca de uma hora depois.
A ministra da Justiça justificou hoje não se ter pronunciado antes sobre a fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale dos Judeus ocorrida no sábado com a necessidade de dar “espaço à investigação” do caso.
“Enquanto ministra da Justiça, entendi ser crucial dar espaço à investigação, não contribuindo para o ruído de fundo, que surge sempre nestes momentos”, alegou Rita Alarcão Júdice, em conferência de imprensa, em Lisboa.
A governante confirmou que recebeu hoje o relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Este relatório resulta do inquérito instaurado no sábado, dia em que a aconteceu a fuga dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre.
Na sequência da entrega do relatório, “entendo ser o momento para falar”, salientou Rita Alarcão Júdice, que classificou como de “gravidade extrema” a fuga de cinco reclusos perigosos, em plena luz do dia, com ajuda externa, saltando dois muros, um deles com seis metros.
A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, explicou hoje que a fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, no sábado, “demorou seis minutos” e só foi detetada cerca de uma hora depois.
“A operação de fuga de cinco reclusos começou às 9:55 com a intrusão de três indivíduos no perímetro externo do estabelecimento prisional. A evasão dos reclusos teve início às 9:57. O último recluso a evadir-se ultrapassou a vedação exterior do estabelecimento prisional, às 10:01. Assim, segundo este relatório, a evasão demorou seis minutos e foram usados recursos (como duas escadas) que não existiam no interior do estabelecimento prisional”, referiu.
Rita Alarcão Júdice indicou de seguida que a fuga foi “detetada por dois guardas, quase em simultâneo, pelas 11:00”, ou seja, cerca de uma hora depois, sendo que um dos guardas estava no pavilhão da prisão e o outro circulava de viatura no perímetro interior quando se deparou com uma escada. “O alerta dado a toda a corporação ocorre entre as 11:04 e as 11:08”, acrescentou.
“Nos relatos recebidos vimos desleixo, vimos facilidade, vimos irresponsabilidade e vimos falta de comando. Também vimos decisões erradas ou ausência de decisões nos anos mais recentes. Temos fundamento para concluir que a fuga de cinco reclusos resultou de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras, inaceitáveis que queremos irrepetíveis”, acrescentou.