Ministra diz que distúrbios são inadmissíveis e garante acompanhamento permanente do Governo

Segundo a ministra Margarida Blasco, já se realizou esta noite uma reunião de urgência do Sistema de Segurança Interna, mas recusou adiantar se haverá algum reforço de meios.

Outubro 23, 2024

A ministra da Administração Interna confirmou hoje que há três detidos na sequência de “distúrbios inadmissíveis” em várias zonas da grande Lisboa, e garantiu que o Governo está a acompanhar a situação em permanência.

Segundo a ministra Margarida Blasco, já se realizou esta noite uma reunião de urgência do Sistema de Segurança Interna, mas recusou adiantar se haverá algum reforço de meios.

“Não revelarei aqui qualquer ação operacional. Aquilo que eu queria garantir aos portugueses é que as forças de segurança tudo farão para manter a ordem e deter aqueles que têm participado nestes distúrbios, sendo que já estão três detidos”, afirmou, em declarações aos jornalistas à chegada à 35.ª Cimeira Luso-Espanhola, que decorre em Faro.

Os desacatos que decorrem desde segunda-feira após a morte de um homem baleado pela PSP espalharam-se hoje à noite a várias zonas da Grande Lisboa, nomeadamente Carnaxide (Oeiras), Casal de Cambra (Sintra) e Damaia (Amadora), adiantou à Lusa fonte policial.

Margarida Blasco classificou os desacatos das últimas noites como “atos de vandalismo que põem em causa a ordem e a segurança pública” e assegurou que tudo será feito “para levar todos aqueles que participaram nestes tumultos à justiça”.

A ministra começou por assegurar que o Governo tem estado a acompanhar “desde o princípio todas as desordens públicas” em vários bairros da Grande Lisboa.

“Queria aqui dizer que esta noite fizemos uma reunião de urgência do SSI, estou em permanente contacto com todas as forças de segurança e principalmente com a PSP, que está nos diversos locais a acompanhar e a repor a ordem pública”, disse.

A ministra deixou uma “especial menção” àqueles que estão a trabalhar pela tranquilidade e “para acabar com estes distúrbios perfeitamente inadmissíveis que não permitem às populações deslocar-se e fazer a sua vida laboral normal e acompanhar as suas crianças à escola”.

“Queria dizer que a PSP, em articulação com todas as outras forças de segurança, estão a repor e a dar apoio às populações que querem seguir o seu dia-a-dia de forma normal”, afirmou.

Questionada se haverá algum reforço policial para esta noite, a ministra apenas reiterou que o Governo está a acompanhar em permanência “todos os desenvolvimentos e todas as ações de polícia e de prevenção e de repressão de todos aqueles que praticam estes atos”.

Três pessoas foram detidas na terça-feira, duas das quais por incêndio e agressões a agentes policias, na sequência dos desacatos após a morte de um homem baleado pela PSP na Cova da Moura, Amadora, disse fonte policial.

Os desacatos têm sucedido desde segunda-feira após a morte de um homem baleado pela PSP na Cova da Moura e que se espalharam a várias zonas de Lisboa, nomeadamente Carnaxide (Oeiras), Casal de Cambra (Sintra) e Damaia (Amadora).

Fonte da PSP adiantou à Lusa que três pessoas foram detidas no concelho da Amadora, duas por incêndio e agressões a agentes policiais e outro por incêndio e posse de material combustível.

De acordo com a mesma fonte, na Amadora, um agente foi apedrejado e duas viaturas policiais ficaram danificadas, bem como outras cinco viaturas, e vários caixotes do lixo foram incendiados.

“Um grupo tentou incendiar, sem sucesso, uma bomba de gasolina”, disse a mesma fonte.

No bairro da Portela, Carnaxide, Oeiras, foi incendiado na terça-feira à noite um autocarro, além de vários caixotes do lixo e uma viatura ligeira.

Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Na segunda-feira, o Ministério da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito urgente e também a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno para apurar as circunstâncias da ocorrência. O agente que baleou o homem foi entretanto constituído arguido, indicou fonte da Polícia Judiciária.

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