Ministra da Saúde inicia hoje reuniões negociais com sindicatos do setor

Aumentos salariais, melhores condições de trabalho, progressão na carreira são algumas das exigências que os sindicatos já vinham reivindicando junto da anterior equipa ministerial e que irão trazer novamente para a mesa das negociações com o novo Governo.

Abril 26, 2024

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reúne hoje pela primeira vez com os sindicatos representativos dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos, dando início às negociações salariais reivindicadas pelas estruturas sindicais.

A primeira reunião está marcada para as 10:00 no Ministério da Saúde com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), seguindo-se um encontro com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) previsto para as 11:00.

Durante a tarde, a nova equipa ministerial irá reunir-se com os sindicatos representativos dos enfermeiros e com o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos.

Aumentos salariais, melhores condições de trabalho, progressão na carreira são algumas das exigências que os sindicatos já vinham reivindicando junto da anterior equipa ministerial e que irão trazer novamente para a mesa das negociações com o novo Governo.

As reivindicações do SIM passam por repor até 2026 a valorização salarial de 15% para os médicos, completando o acordo intercalar alcançado com o anterior Governo, e pela progressão na carreira.

Já a FNAM vai levar à mesa de negociações 10 pontos que considera fundamentais para “resolver a urgência da crise no SNS”, de forma a fixar médicos e garantir a prestação de cuidados de saúde, entre os quais a reposição do período normal de trabalho semanal base de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a reintegração do internato médico como categoria de ingresso na carreira médica e a efetivação da progressão nas posições remuneratórias em cada categoria e agilização dos concursos.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) defende, em comunicado, que “é imperativo” acertar na primeira reunião “as matérias e um calendário negocial, que objetive os momentos em que cada uma das reivindicações será solucionada”.

A valorização da carreira de enfermagem é uma das questões prioritárias para o SEP, além da resolução das várias injustiças que continuam a subsistir decorrente da contagem dos pontos aos enfermeiros.

Os cinco sindicatos de enfermagem que desconvocaram uma greve de cinco dias, marcada para o final de abril e início de maio, na sequência da disponibilidade da ministra iniciar as negociações, também reivindicam a revisão salarial e da carreira.

O Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem, Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos e Sindicato Nacional dos Enfermeiros exigem também um modelo de avaliação e desempenho “justo, transparente e exequível”.

Na reunião com a tutela, o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) também vai reivindicar a atualização das grelhas salariais, a contagem integral do tempo de serviço no SNS para a promoção e progressão na carreira, a adequação do número de farmacêuticos às necessidades do serviço público e o reconhecimento por parte do Ministério da Saúde do título de especialista.

A ministra da Saúde afirmou, no sábado, “não ter limites à priori” nas negociações com os sindicatos, admitindo desconhecer ainda os cadernos reivindicativos destes profissionais de saúde.

“Os sindicatos, nas reuniões que vamos fazer, apresentarão o seu caderno de encargos e nós, com toda a seriedade e lealdade, vamos dialogar sobre esses cadernos de encargos, que ainda não conhecemos neste momento”, disse Ana Paula Martins.

Partilhar

Pub

Outras notícias