Maria do Céu Antunes garantiu que o Governo vai pedir autorização à Comissão Europeia para utilizar o Orçamento do Estado para que não haja distorções no mercado, isto porque, entre os motivos do descontentamento, está a concorrência estrangeira.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, disse hoje que os agricultores devem confiar no Governo e que vai pedir autorização à Comissão Europeia para utilizar o Orçamento do Estado para evitar distorções no mercado.
“Os agricultores devem confiar no Governo e nas instâncias europeias. A PAC [política agrícola comum] é o único instrumento europeu para fazer face à produção de alimentos e, neste momento, não serve os desafios que os agricultores têm pela frente”, afirmou a governante, em declarações à SIC, no dia em que agricultores em protesto estão a bloquear várias estradas do país, em particular junto à fronteira com Espanha.
Maria do Céu Antunes garantiu que o Governo vai pedir autorização à Comissão Europeia para utilizar o Orçamento do Estado para que não haja distorções no mercado, isto porque, entre os motivos do descontentamento, está a concorrência estrangeira.
A ministra realçou ainda que o Governo está a trabalhar com o setor e com as instâncias europeias para desbloquear os apoios extraordinários o mais rápido possível.
Questionada sobre o pedido para que Bruxelas dê flexibilidades aos Estados-membros para fazer a gestão da PAC, Maria do Céu Antunes adiantou que, “no melhor dos cenários, pode demorar dois meses” a obter essa autorização, mas acredita que os protestos que estão hoje a decorrer na Bélgica poderão acelerar o processo.
“O plano estratégico de cada Estado-membro não está ajustado à realidade, nomeadamente devido ao contexto geopolítico e às alterações climáticas e já alertámos para isso mesmo”, acrescentou a governante.
Em vários países europeus os agricultores estão a bloquear várias estradas para denunciar, sobretudo, a queda de rendimentos, as pensões baixas, a complexidade administrativa, a inflação dos padrões e a concorrência estrangeira.
O protesto têm crescido em países como Espanha, Bélgica, Grécia, Alemanha ou Itália.