Em causa está o passivo superior a 190 mil euros, que denota “uma situação financeira desequilibrada”.
O Ministério Público (MP) está a investigar a Associação Museu da Imprensa (AMI) por apresentar um passivo financeiro superior a 190 mil euros revelado por uma auditoria pedida pela Câmara Municipal do Porto, revelou hoje a Procuradoria-Geral da República.
“Confirma-se a existência de inquérito relacionado com a matéria referida”, adiantou hoje a PGR, após questionada pela Lusa.
O inquérito corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, referiu.
Em julho de 2023, a Câmara Municipal do Porto, que em junho de 2022 assumiu a direção do Museu Nacional de Imprensa, Jornais e Artes Gráficas, remeteu ao MP o relatório da auditoria realizada à AMI que conclui a existência de um passivo financeiro superior a 190 mil euros.
Consultada pela Lusa, a auditoria concluiu que os indicadores “denotam uma situação financeira desequilibrada”.
Entretanto, o Centro de Formação de Jornalistas (CFJ) interpôs, no final do ano passado, uma providência cautelar contra a AMI para tentar impedir a dissolução da associação, proposta pelo município do Porto, e as decisões deliberadas na assembleia geral realizada em 15 de dezembro.
Com a dissolução da associação, o município passava a assumir a preservação do espólio, a assegurar a liquidação do passivo financeiro e a incorporar os seus quatro funcionários na empresa municipal Ágora.
Na sequência da providência cautelar, o município do Porto desvinculou-se da associação no início de fevereiro. Também a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros anunciou a saída da AMI numa carta endereçada a 07 de março à direção e ao presidente da Câmara do Porto.
Esta providência cautelar foi indeferida pelo tribunal, revelou na segunda-feira o município do Porto.
O município do Porto tomou posse a 06 de junho de 2022 do Museu Nacional de Imprensa, Jornais e Artes Gráficas, que se encontra encerrado desde 05 de agosto de 2022, depois de uma visita dos Sapadores do Porto concluir que o edifício não reunia todas as condições de segurança.