A informação foi confirmada pelo advogado Pedro Barosa, em resposta à agência Lusa.
O presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), pediu para ser ouvido no processo sobre suspeitas de corrupção na região, no qual foi constituído arguido, revelou hoje o seu advogado, Pedro Barosa.
“Confirmo que o doutor Miguel Albuquerque pediu para ser ouvido no processo em que foi constituído arguido”, indicou o advogado Pedro Barosa, em resposta à agência Lusa.
A informação sobre o pedido de Miguel Albuquerque para ser ouvido no processo sobre suspeitas de corrupção na região foi avançada pela CNN Portugal, referindo que já em 2021 o presidente do Governo Regional da Madeira, agora demissionário, se tinha disponibilizado para prestar declarações.
O processo foi distribuído ao juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa, onde os três suspeitos detidos neste âmbito devem começar a ser interrogados na terça-feira para serem decretadas as medidas de coação, segundo fonte judicial.
Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela Polícia Judiciária (PJ) sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, foram detidos o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
A detenção dos dois empresários e do autarca do Funchal surgiram na sequência de uma operação que também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e oficializou hoje a renúncia ao cargo, decisão que anunciou na sexta-feira, apesar de inicialmente ter afirmado que não se demitia.
Na sequência deste processo, Pedro Calado renunciou ao cargo de presidente da Câmara do Funchal, porque “entendeu que era a conduta adequada face às circunstâncias que está a atravessar”, referiu no sábado o seu advogado, Paulo Sá e Cunha.
Em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.