O relatório do PRR refere ainda que se prevê “a circulação dos primeiros veículos, ainda sem serem movidos a hidrogénio, durante o mês de agosto, em fase de testes”.
A Metro do Porto quer antecipar o prazo de chegada dos veículos do “metrobus” de abril de 2025 para o último trimestre deste ano, disse hoje fonte oficial da empresa após questões da Lusa sobre a execução do PRR.
A Lusa questionou a Metro do Porto após o relatório da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (CNA-PRR) dado a conhecer na quarta-feira indicar que é “expectável a entrega do material circulante em abril de 2025, embora exista a expectativa que o prazo possa ser antecipado”.
“Esse é o prazo contratual definido, sendo que, como o próprio relatório indica, estamos a trabalhar com o consórcio fornecedor no sentido de conseguir a antecipação da entrega de algumas unidades para o quarto trimestre deste ano”, numa entrega “faseada” de veículos, respondeu fonte da Metro do Porto às questões da Lusa.
O relatório do PRR refere ainda que se prevê “a circulação dos primeiros veículos, ainda sem serem movidos a hidrogénio, durante o mês de agosto, em fase de testes”.
“A não existência de material circulante, desde já, não inviabiliza a operação, que pode ser concretizada com recurso a veículos tradicionais”, pode ler-se no relatório.
No caso do material circulante e sistema de produção de energia, “já foi concedido o visto pelo Tribunal de Contas, após o pagamento das taxas por parte do adjudicatário”, refere também o documento da Comissão de Acompanhamento do PRR.
Questionada se, ainda antes da chegada dos primeiros veículos do “metrobus” encomendados ao consórcio que integra a CaetanoBUS e DSTSolar, haverá alguma solução para operar no canal dedicado sem serem autocarros da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), a Metro do Porto não quis “de momento abordar publicamente esta matéria”.
Recorde-se que a presidente da STCP, Cristina Pimentel, considerou “impossível que a operação “metrobus” arranque em setembro”.
Na Avenida da Boavista, lembrou, “tecnicamente, é possível operar com autocarros standard STCP (com troca de via imediatamente antes e depois dos abrigos), se se entender que esse será o caminho provisório”, sem chamar a esse serviço “metrobus”, mas sim “uma linha de autocarro com canal dedicado”.
Porém, na Avenida Marechal Gomes da Costa, “não pode existir uma operação de BRT [“bus rapid transit”, vulgo “metrobus”] com três paragens”, por ser uma “impossibilidade física e de trânsito”, já que a avenida tem um separador central, com paragens à esquerda do sentido do trânsito, ao passo que os autocarros da STCP têm portas à direita.
A presidente da STCP reagia às declarações do presidente da Metro do Porto em 13 de julho, em que Tiago Braga apontou o arranque da operação de “metrobus” entre a Casa da Música e a Praça do Império para o início do ano escolar, reafirmando que “há flexibilidade para ajustar o atual material circulante às características da via”.
“Quando chegarmos ao momento da exploração teremos o memorando assinado”, garantiu ainda o presidente da Metro do Porto.
Anteriormente, a presidente da STCP, em resposta à Lusa, já tinha dito que “atendendo à configuração do canal, a exploração do mesmo em regime de “metrobus” só poderá ser feita com os novos veículos encomendados pela Metro do Porto”, acrescentando que aguarda assinatura do memorando entre as partes desde maio do ano passado.
“Em maio de 2023, o município do Porto desenhou um memorando de entendimento a celebrar entre o Estado, a Metro do Porto, o município do Porto (enquanto autoridade de transportes) e a STCP com vista à implementação do modelo de exploração da nova infraestrutura”, lia-se na resposta à Lusa.
O novo serviço ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17), com as estrações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, bem como Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).