Metro do Porto muda construção da ponte Ferreirinha para deixar passar o elétrico

Em março, Rui Moreira afirmou que o município não iria aceitar a interrupção da linha do elétrico na marginal ribeirinha, no âmbito da construção da Linha Rubi do metro, “qualquer que seja a consequência”.

Maio 9, 2024

A Metro do Porto vai mudar o método construtivo da ponte Ferreirinha, que servirá a Linha Rubi, para deixar passar o elétrico na Rua do Ouro, cuja suspensão tinha sido rejeitada pela Câmara, revelou hoje o líder da transportadora.

“Já existe essa solução, e a solução passa por manter o elétrico a funcionar”, revelou hoje Tiago Braga aos jornalistas, no final da escavação do primeiro túnel da Linha Rosa, por debaixo da Rua dos Clérigos, no Porto.

Questionado sobre que implicações terá a manutenção da circulação do elétrico que vai até à Foz, Tiago Braga explicou que foi feita “uma alteração do processo construtivo”, em que “a estrutura de suporte do pórtico vai ser diferente”, assegurando que não causará atrasos na construção da ponte.

Em março, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que o município não iria aceitar a interrupção da linha do elétrico na marginal ribeirinha, no âmbito da construção da Linha Rubi do metro, “qualquer que seja a consequência”.

Já sobre uma outra objeção da Câmara do Porto, relativa à não construção de uma saída pedonal junto ao Campo Alegre, devido à obrigatoriedade do fecho do túnel rodoviário para a construir, o presidente da Metro do Porto confirmou que não será mesmo construída.

“Em determinada altura, já que a estação tinha aquela configuração, podia ser interessante fazer aquela passagem”, admitiu, mas “levantava muitas questões não só por causa da questão do túnel do Campo Alegre, mas de infraestruturas de serviços afetados muito críticos, nomeadamente uma adutora de águas que teria de ficar pendurada”.

Mantém-se uma saída com uma galeria de acesso diretamente à Faculdade de Letras, e antes dessa, “que cria uma galeria para a Faculdade de Letras, haverá outra saída, com escadas mecânicas, que dá precisamente para a Rua de Entrecampos, na ligação entre a Rua de Entrecampos e a Via Panorâmica”, explicou.

Questionado sobre a escolha de fechar temporariamente um túnel rodoviário ou a construção de um acesso pedonal que ficaria construído para sempre, Tiago Braga disse que não compensa, “porque do ponto de vista do que são as saídas, do ponto de vista do que é o conforto para os cidadãos”, a Metro do Porto garante-os “na mesma” para quem quiser ir, por exemplo, para a futura estação de metro na Praça da Galiza.

Quanto aos trabalhos na Linha Rubi, Tiago Braga assinalou que “o arranque já ocorreu e há trabalhos em todas as frentes”, ainda que tenham “menos impacto” e menor “dimensão visual”.

Em causa estão trabalhos de arqueologia, descritores ambientais ou estudos de referência em “centenas de habitações” em redor das empreitadas, para “verificar qual o estado dos imóveis, para no final do processo se houve danos ou não houve danos”.

À semelhança do que já aconteceu com as habitações a demolir em Santo Ovídio, nas Devesas a Metro do Porto já está a demolir um armazém da Infraestruturas de Portugal (IP) no âmbito da construção da nova estação intermodal, e noutras frentes estão a ser feitas “novas sondagens geotécnicas”.

O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o rio Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao Metro e à circulação pedonal e de bicicletas.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música.

A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.

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