Metro do Porto diz que já pode fazer condicionamento na Via Panorâmica

A Lusa contactou a Câmara do Porto, que confirmou a autorização dada à Metro.

Outubro 25, 2024

O corte da Via Panorâmica e criação de um acesso alternativo entre as faculdades de Letras e Arquitetura já pode ser feito pela Metro do Porto, após receber autorização da autarquia, disse fonte oficial da transportadora à Lusa.

A mesma fonte indicou que o condicionamento de trânsito, que estava previsto arrancar na passada quarta-feira, 23 de outubro, será feito “nos próximos dias”.

A Lusa contactou a Câmara do Porto, que confirmou a autorização dada à Metro.

Em causa está um condicionamento da Via Panorâmica anunciado na semana passada pela Metro do Porto, mas que não tinha sido autorizado pela autarquia.

Na semana passada, a transportadora informou que a Via Panorâmica estaria condicionada durante dois meses a partir de quarta-feira (23 de outubro), sendo os movimentos rodoviários e pedonais “assegurados por uma nova via provisória que vai funcionar enquanto desvio alternativo para automóveis e peões”.

Porém, a Câmara do Porto referiu que a autorização para o condicionamento ainda se encontrava “em apreciação pelos serviços municipais da Mobilidade, considerando o forte impacto que terá nos acessos ao Porto, pela Ponte da Arrábida, e nos acessos ao Campus Universitário do Campo Alegre”.

A Metro do Porto considera aquele um condicionamento “fundamental para a execução de desvios de infraestruturas profundas de redes de abastecimentos, que irão permitir construir a ligação sul à nova estação da Linha Rubi” no Campo Alegre.

Segundo o mapa constante do comunicado da Metro do Porto, o desvio a implementar será instalado a ocidente da atual ligação entre as duas faculdades, por cima do antigo descampado utilizado como parque de estacionamento informal.

Segundo o mapa, tal como sucede atualmente, permitirá, num sentido, o acesso à Rua do Campo Alegre e, no sentido inverso, o acesso à faculdade de Arquitetura para quem circule vindo da Ponte da Arrábida.

A Câmara do Porto referiu que o condicionamento “implica um estrangulamento da Via Panorâmica numa extensão aproximada de 500 metros, resultando numa interrupção dos dois acessos ao túnel do Campo Alegre, entrada pela Praça da Galiza e pelo Bom Sucesso”.

Na comunicação da Metro do Porto, não houve qualquer referência a interrupções nos acessos ao túnel do Campo Alegre, mas hoje, numa carta enviada ao presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, já mencionou uma “interrupção pontual de duas entradas do Túnel do Campo Alegre (Rua do Campo Alegre e Rua Gonçalo Sampaio)”.

Na mesma missiva, Rui Moreira refere que a informação “imprecisa” difundida pela transportadora pode “comprometer a articulação e cooperação” para a execução da Linha Rubi.

Numa carta enviada ao presidente da Metro, a que a Lusa teve hoje acesso, Rui Moreira classifica de “imprecisa” a informação divulgada pela transportadora quanto ao corte de trânsito na Via Panorâmica, divulgado na semana passada, que não foi autorizado então pela autarquia.

Este tipo de informação veiculada pela Metro do Porto tem gerado, desde já, preocupações entre os serviços técnicos da Câmara Municipal do Porto, fomentando um clima de desconfiança que poderá comprometer a articulação e cooperação necessárias para o sucesso deste projeto”, a nova Linha Rubi (Casa da Música – Santo Ovídio), pode ler-se na missiva.

A Lusa contactou fonte da Metro do Porto, que não quis comentar o teor da carta.

O valor global de investimento da Linha Rubi é de 435 milhões de euros, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao metro e à circulação pedonal e de bicicletas.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e, no Porto, Campo Alegre e Casa da Música.

A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.

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