Esta segunda-feira, a agência de notação financeira DBRS alertou para o risco de um parlamento bloqueado em Portugal e de um governo instável poder dificultar a implementação do PRR, não descartando novas eleições antecipadas.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse hoje não ver “razões para receios” por parte das agências de notação financeira sobre a estabilidade financeira do país, esperando que a Aliança Democrática (AD) mantenha o “compromisso” de finanças estáveis.
“O que me parece sempre determinante é qual será a vontade política que existe no nosso país. A coligação […] que ganhou as eleições ontem [domingo] tem inscrito no seu programa e como objetivo fundamental a manutenção da credibilidade das finanças públicas e da credibilidade internacional do Estado português e não há nenhuma razão para que esse compromisso não seja levado a sério, em Portugal e no estrangeiro pelas agências de “rating””, disse Fernando Medina.
Falando à imprensa portuguesa em Bruxelas, um dia após as eleições legislativas em Portugal que deram vitória à AD, o ainda governante sublinhou que “o que é importante assegurar” a “continuidade das políticas de estabilidade ao nível das finanças políticas e continuidade da redução da dívida pública”.
“O compromisso do partido que ganhou estas eleições é” relativo “à consolidação das finanças públicas e tenho confiança de que não se desviarão desse compromisso, por isso, não vejo razões para nenhum receio por parte da DBRS ou de outra agência àquilo que será o futuro da governação do nosso país”, adiantou Fernando Medina.
Hoje mesmo, a agência de notação financeira DBRS alertou para o risco de um parlamento bloqueado em Portugal e de um governo instável poder dificultar a implementação do PRR, não descartando novas eleições antecipadas.
Num comentário a que a Lusa teve acesso, a agência de notação financeira destaca que os resultados eleitorais das legislativas de domingo sugerem um cenário complicado para a governabilidade e estabilidade do próximo governo, uma vez que os partidos de centro-direita venceram as eleições por uma pequena margem.
A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados, contra os com 28,66% e 77 deputados alcançados pelo PS, quando ainda falta atribuir os quatro mandatos do círculo da emigração.
O Chega quadruplicou o número de deputados para 48, com 18,06% dos votos.
A IL conquistou oito deputados (5,08%), o BE manteve os cinco deputados (4,46%), a CDU diminuiu o número de deputados face a 2022 para quatro (3,3%).
O Livre vai formar pela primeira vez grupo parlamentar, tendo conseguido alcançar quatro deputados (3,26%), enquanto o PAN mantém-se com um deputado (1,93%).