As quatro associações socioprofissionais da GNR e os seis sindicatos da PSP que se vão reunir com Margarida Blasco exigem a atribuição de um suplemento de missão idêntico ao da Polícia Judiciária.
A ministra da Administração Interna inicia hoje com as estruturas da PSP e da GNR negociações para “dignificação e valorização das forças de segurança”, sem especificar se o Governo vai atribuir um suplemento de missão às polícias.
As quatro associações socioprofissionais da GNR e os seis sindicatos da PSP que se vão reunir com Margarida Blasco exigem a atribuição de um suplemento de missão idêntico ao da Polícia Judiciária, mas numa nota divulgada esta semana o Ministério da Administração Interna (MAI) apenas refere que “estas reuniões serão o início da construção da base de entendimento e conciliação entre as entidades envolvidas, tendo em vista a dignificação e valorização das forças de segurança”.
Na mesma nota, o MAI indica também que a reunião tem como objetivo “definir e estabelecer a metodologia e protocolo de audição e negocial” e apresentar “os pressupostos do âmbito e objeto para discussão e negociação entre as partes”.
Fonte oficial do MAI contactada pela Lusa remeteu mais informação sobre o processo negocial e o aumento do suplemento de missão para depois da reunião de hoje. “Estamos a trabalhar na reunião em conjunto com o Ministério das Finanças”, disse a fonte.
O porta-voz da plataforma que congrega os sindicatos e associações da PSP e GNR, Bruno Pereira, disse à Lusa que se trata da primeira reunião de negociação com a tutela e que respeita o compromisso que foi assumido pelo atual primeiro-ministro.
O também presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia afirmou que na última reunião a ministra assumiu que a atribuição de um suplemento de missão aos polícias “é matéria prioritária” para o Governo, não percebendo, por isso, “a timidez” de Margarida Blasco em não assumir que as negociações estão relacionadas com esta matéria.
Até porque, segundo Bruno Pereira, a principal reivindicação e “a única questão” dos polícias é a atribuição do suplemento de missão.
Também o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), Paulo Santos, disse à Lusa que “os polícias estão à espera que a ministra da Administração Interna dê cumprimento àquilo que foi a promessa de Luís Montenegro”, acreditando que seja o suplemento de missão o único assunto das negociações.
“Quero acreditar que vamos discutir o suplemento missão. Essa é a expectativa que os polícias têm que hoje o Governo defina a forma como vai atribuir o suplemento de missão e quando”, referiu, sustentando que está “pessoalmente preocupado face à ausência dessa referência pelo Governo e aquilo que é tão vago que é a dignificação salarial e a valorização salarial sem qualquer referência ao suplemento de missão”.
A primeira reunião de hoje acontece às 16:30 com a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG), Associação Sócio Profissional Independente da Guarda (ASPIG), Associação Nacional Autónoma da Guarda (ANAG) e Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG).
Para as 18:00 está agendada reunião com a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Sindicato Independente dos Agentes de Polícia, Sindicato dos Profissionais de Polícia, Sindicato Nacional da Carreira de Chefes, Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia e Sindicato Nacional da Polícia.