O MAI recordou que o Governo tem “um caminho em curso de valorização das condições salariais e também das condições remuneratórias por via dos suplementos”.
O ministro da Administração Interna garantiu hoje que tem “estado sempre do lado dos polícias”, acusando a oposição de tentativa de instrumentalização, após o Chega ter proposto a atribuição de suplementos da Polícia Judiciária às forças de segurança.
“Julgo que todos têm consciência — aliás, reconhecem — que tenho estado sempre do lado dos polícias. O Governo tem estado do lado dos polícias”, adiantou José Luís Carneiro, salientando que há “um suplemento, por serviço, nas forças de segurança que varia entre os 292 euros e os 1.143 euros” e que se deve “evitar a instrumentalização de setores que são vitais à segurança coletiva e às funções de soberania”.
José Luís Carneiro, que falava aos jornalistas sobre o protesto das forças de segurança por melhores condições salariais e de trabalho, após visitar uma obra de reabilitação de habitações dos Serviços Sociais da Polícia de Segurança Pública em Lisboa, sustentou que ficou “muito atento à tentativa de instrumentalização por parte de algumas forças que têm expressão política”.
O presidente do Chega anunciou hoje nos Açores que o partido vai apresentar na Assembleia da República uma proposta para que os suplementos remuneratórios da Polícia Judiciária (PJ) sejam também atribuídos às forças de segurança.
Sobre os protestos, o ministro afirmou que “em nenhuma circunstância está colocada em causa a segurança e o cumprimento da missão das forças de segurança, continuando a realizar os seus deveres funcionais por todo o país”.
O governante recordou também que o Governo tem “um caminho em curso de valorização das condições salariais e também das condições remuneratórias por via dos suplementos”.
Considerando legítimo o direito à manifestação, José Luís Carneiro atentou que, entre 2015 e 2024, o executivo socialista reforçou o investimento nos recursos humanos da PSP e da GNR em 426 milhões de euros.
“Nós temos 2.069 milhões de euros para 2024, o que significa um aumento, entre 2023 e 2026, de 20% nas condições remuneratórias das forças de segurança. (…) Valorizamos os suplementos. Pagámos 118 milhões de euros que estavam por pagar do tempo da assistência financeira ao país, entre 2020 e 2023”, sublinhou.
O ministro da Administração Interna observou ainda que se encontra em curso um investimento de 607 milhões de euros na valorização das infraestruturas e dos equipamentos, indicando que está a decorrer um concurso público, num valor superior a 30 milhões euros, para a aquisição de mais de 700 novas viaturas.
“Nós não escrevemos sobre uma folha em branco, ou seja, escrevemos sobre uma folha que tem vindo a ter ganhos remuneratórios. (…) Esta é a garantia que eu posso deixar, a garantia de que queremos e temos vontade de continuar a melhorar as condições remuneratórias dos agentes e dos elementos que constituem as forças de segurança”, concluiu.
Os elementos das forças de segurança prosseguem hoje os protestos por várias cidades do país, exigindo melhores condições salariais e laborais, após centenas de agentes se terem concentrado na segunda-feira frente ao parlamento e à Câmara do Porto e de comandos terem parado as viaturas.
A contestação dos elementos da PSP teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, nalguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.