Segundo o grupo, “as energias renováveis representaram já 87% da produção total de eletricidade da EDP, contribuindo para a forte redução de emissões de CO2 (scope 1 e 2) em 50% face a 2022”.
A EDP fechou 2023 com resultados líquidos de 952 milhões de euros, um crescimento homólogo de 40%, contando, entre outras coisas, com “a recuperação da produção hídrica em Portugal”, anunciou a elétrica em comunicado ao mercado.
“O resultado líquido da EDP aumentou para 952 milhões de euros em 2023 suportado pela recuperação da produção hídrica em Portugal para níveis em linha com a média histórica (após a seca extrema de 2022), o aumento de resultados provenientes do Brasil, onde a EDP passou a deter 100% da sua subsidiária EDP Brasil, assim como os ganhos em transações de rotação de ativos renováveis em Espanha, Polónia e Brasil”, referiu, na nota divulgada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo a empresa, o resultado líquido inclui 310 milhões de euros “de perdas não recorrentes associadas a imparidades na central a carvão de Pecém, nos projetos eólicos na Colômbia e nas centrais de ciclo combinado em Portugal”.
“Neste período, a EDP reforçou o seu compromisso com a transição energética, ao alocar 96% do seu investimento total (90% em 10 mercados) a projetos de energias renováveis”, destacou, bem como ao “desenvolvimento das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil, alinhado com a taxonomia europeia”.
Segundo o grupo, “as energias renováveis representaram já 87% da produção total de eletricidade da EDP, contribuindo para a forte redução de emissões de CO2 (scope 1 e 2) em 50% face a 2022”.
A EDP disse ainda que “deu passos importantes na implementação da sua estratégia de saída do negócio de carvão até ao final de 2025”, com venda “de 80% e opção de venda de 20% da central térmica de Pecém no Brasil, com análise da conversão para combustão de gás, hidrogénio ou biomassa”, com a parceria “na central de Aboño em Espanha com decisão de investimento na conversão para gás” e pedido de “autorização de encerramento das centrais a carvão de Soto 3 e Los Barrios em Espanha”.
Segundo o grupo, “estas decisões permitirão que a produção de eletricidade a partir de carvão represente já menos de 1% da produção de eletricidade e receitas totais da EDP em 2024”.
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) recorrente do grupo “aumentou 11% para os 5.023 milhões de euros, impulsionado pela normalização da produção hídrica e dos custos de abastecimento de eletricidade e gás face a 2022, com impacto positivo na recuperação da margem integrada no mercado ibérico”, disse a EDP.
O EBITDA do segmento eólico e solar “baixou 15%, penalizado por recursos eólicos abaixo da média, atrasos na instalação de capacidade adicional e redução de preços de eletricidade em mercados grossistas europeus face aos níveis recorde registados em 2022”, referiu.
A EDP destacou ainda que “os ganhos com rotação de ativos renováveis totalizaram 460 milhões de euros”.
Já o “EBITDA da atividade de redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil diminuiu ligeiramente face ao período homólogo para 1.501 milhões de euros” enquanto o EBITDA do Brasil “aumentou 6 milhões de euros face a 2022 impulsionado por um forte aumento de 5% na procura”.
Por outro lado, “os custos financeiros líquidos mantiveram-se nos 910 milhões de euros, ainda que o custo médio da dívida tenha tido um aumento de 65 bps [pontos base] para os 5,0%”, disse.
Em dezembro de 2023, “a dívida líquida da EDP totalizava 15,3 mil milhões de euros, refletindo a aceleração do investimento em renováveis e redes de eletricidade, bem como a aquisição dos minoritários da EDP Brasil (1,1 mil milhões de euros), compensados pelos 2 mil milhões de euros de aumentos de capital da EDP e EDP Renováveis” no primeiro trimestre do ano passado.
O grupo contou ainda, neste capítulo, com dois mil milhões de euros “relativos ao encaixe com rotação de ativos, que inclui a desconsolidação de encaixe” com “parcerias institucionais”.