No início do mês, os trabalhadores do JN estiveram em greve, o que se traduziu na primeira vez em mais de 30 anos que o título não chegou às bancas.
Os trabalhadores do Jornal de Notícias (JN), que enfrentam um despedimento coletivo, garantiram que vão recorrer a todos os meios legais e judiciais para defender os seus direitos, depois de terem a vida transformada num calvário.
“Sim, o JN recorrerá a todos os meios legais e judiciais para fazer valer os direitos dos seus trabalhadores, cuja vida está transformada num calvário, apesar de diariamente e com enorme empenho fazerem um jornal que é economicamente sustentável”, adiantam os trabalhadores num manifesto sob o nome “A administração e nós”.
No dia 06 de dezembro, em comunicado interno, o Global Media Group (GMG), a que pertence o JN, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que diz ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.
No JN, os despedimentos afetarão 40 pessoas, tendo a direção do jornal decidido demitir-se esta semana.
No documento, a redação do JN salienta não haver memória de um “ataque tão violento” à identidade do JN.
Criticando a Comissão Executiva, liderada por José Paulo Fafe, os trabalhadores referem que o diário não precisa de quem, todos os dias, desvaloriza o seu potencial.
“Não, o JN não carece de criativos que conhecem muita gente, como se autointitula José Paulo Fafe. Precisa de pessoas dedicadas e laboriosas que aportem valor ao título e precisa que os seus acionistas avaliem o prejuízo reputacional e económico causado pelas repetidas declarações públicas de José Paulo Fafe, em que coloca o GMG próximo da falência”, reforçam.
Pedindo respeito, os trabalhadores ressalvam que o JN dá lucro, continua a ser mais lido do que alguns títulos de referência e é viável.
E acrescentam: “Sim, o JN vende, em média, 23 mil exemplares por dia (dados de outubro)”.
No início do mês, os trabalhadores do JN estiveram em greve, o que se traduziu na primeira vez em mais de 30 anos que o título não chegou às bancas.