Incêndio na Madeira mantém três frentes ativas

Por causa dos incêndios, 160 pessoas na Madeira foram retiradas das habitações por precaução.

Agosto 19, 2024

O incêndio rural que lavra na Madeira desde quarta-feira mantém ao final da tarde de hoje três frentes ativas, anunciou o presidente do Governo Regional, referindo que há 160 pessoas em equipamentos públicos após terem sido retiradas das suas casas por precaução.

Numa conferência de imprensa para balanço da situação pelas 19:00, Miguel Albuquerque disse que em causa estão as frentes da Serra de Água e da Encumeada, no concelho da Ribeira Brava, e no Paul da Serra, já no município da Calheta.

Neste momento, o concelho de Câmara de Lobos tem alguns focos de incêndio em zona de mato, mas estão controlados, indicou.

As 160 pessoas retiradas das residências têm todas as “condições mínimas de conforto e estão acompanhadas do ponto de vista médico e social”.

“Foram retiradas tendo em vista razões de precaução, sobretudo para evitar a inalação de fumos”, afirmou o governante, sublinhando que “até agora não houve qualquer vítima a lamentar, não há qualquer habitação consumida pelo fogo, não houve qualquer destruição de infraestruturas essenciais”, inclusive a central elétrica da Serra de Água.

A prioridade no combate às chamas é “a salvaguarda de pessoas e bens”, tendo a situação mais grave sido registada à noite, no Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos. Depois de deflagrar na quarta-feira na Serra de Água, na Ribeira Brava, foi a este município que as chamas alastraram primeiro.

Segundo Miguel Albuquerque, estão a ser feitas faixas e contenção do fogo no Paul da Serra e junto à Estalagem da Encumeada, sendo a previsão meteorológica para as próximas horas “mais favorável” às operações.

“Mas vamos continuar a atuar nas três frentes, como temos atuado, com os nossos profissionais nas zonas adequadas e críticas”, acrescentou.

O social-democrata adiantou ainda que o Governo Regional vai proceder à limpeza de escarpas nas zonas afetadas “tendo em vista minimizar eventuais derrocadas que ocorram depois do fogo”.

Às 19:00 estavam a combater o incêndio 195 operacionais nos concelhos afetados, apoiados por 38 viaturas e pelo meio aéreo existente na região, incluindo os 76 elementos da força conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil que chegaram à Madeira na madrugada de hoje.

De acordo com o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, está ainda prevista a chegada de 15 operacionais disponibilizados pela Região Autónoma dos Açores, no início da madrugada de segunda-feira.

Sobre críticas à atuação do Governo Regional no combate ao incêndio, Miguel Albuquerque rejeitou, reforçando que não há vítimas nem habitações afetadas.

“Nós não somos imunes às críticas, mas sabemos distinguir aquilo que são críticas racionais e credíveis daquilo que é folclore político para tirar dividendos da desgraça”, realçou.

Num comunicado divulgado já perto das 21:00, com o ponto de situação relativo às 20:00, o Serviço Regional de Proteção Civil indicou que no Curral das Freiras o fogo estava “contido na zona norte”, enquanto o foco da Fajã das Galinhas tendia a extinguir-se.

Entretanto, estavam já concluídas a essa hora as faixas de contenção no Paul da Serra e “quase finalizadas” na Encumeada.

“Desde o dia 14 de agosto, mais de 500 profissionais, incluindo 400 bombeiros e 120 polícias florestais, foram destacados de forma rotativa para combater o incêndio”, referiu também o organismo, lembrando que, tal como já indicado pelo Governo Regional, há estradas, 14 percursos pedestres classificados e quatro locais de lazer encerrados.

Os principais cortes de trânsito referem-se aos acessos ao Paul da Serra e à Estrada Regional 105, que liga Serra de Água à Encumeada.

A Proteção Civil reiterou o apelo à população para evitar deslocações às áreas afetadas, sem indicar para quando está previsto um novo ponto de situação do combate às chamas.

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